Intervenção em dispositivo móvel para aumentar a cobertura da vacina HPV em pessoas vivendo com HIV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Brito, Kaliane Caldas
Orientador(a): Duarte, Edson
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56115
Resumo: INTRODUÇÃO: Pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) têm um risco consideravelmente aumentado para todos os tipos de cânceres anogenitais associados ao Papilomavírus Humano (HPV) quando comparado com a população geral. O HPV é responsável por praticamente todos os casos de câncer cervical, de ânus e verrugas genitais, e pela maioria dos casos de cânceres de vagina, vulva, pênis e orofaringe. Apesar alta eficácia da vacina, as coberturas vacinais são baixas. OBJETIVO: Avaliar a viabilidade, a aceitabilidade e a eficácia de uma intervenção baseada em dispositivos móveis para promover a vacinação contra o HPV em PVHA. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo de intervenção, tipo ensaio randomizado controlado com PVHA de 18 a 45 anos. Os participantes foram recrutados entre janeiro e junho de 2022 e randomizados em dois grupos: Grupo Experimental (GE), que recebeu informações sobre o HPV e vacina HPV, elaboradas sob as bases da Teoria da Motivação para Proteção (TMP) e Grupo Controle (GC), que recebeu um recorte de informações da página mantida pelo Ministério da Saúde dedicada a informar a população sobre o HPV e a vacina HPV. O desfecho primário foi o percentual de PVHA com intenção de receber a vacina contra o HPV e o desfecho secundário foi a taxa de iniciação da vacinação (recebimento de pelo menos uma dose da vacina). RESULTADOS: Um total de 654 indivíduos foram alocados aleatoriamente: 327 no GE e 327 no GC. A média de idade foi de 29,7 anos, a maioria eram homens (71,4%), de cor preta ou parda (63,2%). A intenção de se vacinar contra o HPV foi cerca de duas vezes maior entre os participantes no GE vs GC (OR = 1,92, IC 95%: 1,09–3,38; p = 0,02). Além de um aumento de aproximadamente 11% na intenção de se vacinar pós-intervenção, o GE também estava mais propenso a iniciar a vacinação contra HPV (1ª. dose) comparado àqueles no GC (12,6% vs. 8,2%; RP= 1,54, 95% CI: 0,60–3,96; p = 0,37), mas a diferença não foi estatisticamente significante. A variável preditora que mostrou maior força de associação com a intenção de se vacinar contra o HPV foi recomendação médica para receber a vacina HPV (OR = 11,01, IC 95%: 1,46–83,12; p = 0,02). A crença na eficácia da vacina HPV, a percepção de risco e a gravidade de uma infecção por HPV foram os motivos mais reportados pelos participantes com intenção de se vacinar. CONCLUSÕES: A intervenção foi eficaz em aumentar a intenção de se vacinar e a iniciação da vacinação entre PVHA na faixa etária do estudo. A recomendação da vacina pelos médicos deve ser estimulada.