Conhecimento, atitude e prática de médicos sobre comunicação de acidente de trabalho na atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza Júnior, Otenberg Nogueira de
Orientador(a): Freitas, Roberto Wagner Júnior Freire de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Fiocruz Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52931
Resumo: A saúde possui muitos determinantes sociais, dentre eles, o trabalho. A organização laboral e as condições nas quais o ofício é realizado podem provocar acidentes. Quando o trabalhador adoece, busca atendimento muitas vezes na Atenção Primária à Saúde (APS). Uma das funções do médico da APS é a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), documento que garante o acesso a benefícios. O objetivo deste estudo é avaliar o conhecimento, a atitude e a prática de médicos sobre a CAT na APS de Fortaleza, Ceará. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal, apoiado em um inquérito de Conhecimento, Atitude e Prática realizado em Unidades de APS. A amostra foi calculada através da fórmula para populações finitas e estratificada para as seis Coordenadorias Regionais de Saúde do município, totalizando 214 médicos. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário eletrônico, estruturado, autoadministrado e com perguntas pré-codificadas sobre conhecimento, atitude e prática em relação à CAT. Os questionários preenchidos foram classificados pelo pesquisador principal segundo critérios de adequação. Os dados foram analisados no software Stata. Em todas as análises, se adotou um intervalo de confiança de 95% e um nível de significância de 5%. Teve-se como produto um artigo científico com dados sobre conhecimento, atitude e prática de médicos da APS sobre CAT. Os resultados evidenciaram uma maior prevalência de indivíduos do sexo feminino (54,59%), menores de 30 anos (34,50%) e médicos generalistas (68,12%). Identificou-se uma lacuna considerável em termos de conhecimento, atitude e prática sobre a CAT. O maior índice de inadequação foi relativo às práticas (85,59%), seguidas pelas atitudes (58,08%) e pelos conhecimentos (52,40%). O conhecimento inadequado foi associado aos fatores: existência de formas de contratação diferentes do Programa Mais Médicos pelo Brasil (PMMB)/Residência em Medicina de Família e Comunidade (RMFC) (p=0,04), prática inadequada (p<0,001) e atitude inadequada (p=0,009). Atitude inadequada foi associada a sexo feminino (p=0,004), formas de contratação diferentes do PMMB/RMFC (p=0,034), prática inadequada (p=0,026) e conhecimento inadequado (p=0,009). Com relação à prática, 88,21% dos participantes (n=202) afirmaram nunca ter preenchido a CAT tendo, como principal motivo, a falta de oportunidade. No tocante às práticas inadequadas, houve associação significante com conhecimento inadequado (p<0,001) e atitude inadequada (p=0,026). Conclui-se que, em geral, o conhecimento, a atitudes e a prática dos participantes em relação à CAT necessitam ser aprimorados. Portanto, é necessário buscar alternativas para organizar os serviços de saúde e prestar uma atenção integral ao trabalhador, focada na promoção da saúde.