Revolução dos costumes ou manutenção da ordem?: Uma análise dos discursos sobre reprodução e sexualidade nas páginas das revistas Cláudia e Nova (1970-1979)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Leal, Camilla
Orientador(a): Cueto, Marcos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33358
Resumo: Na década de 1970, a luta as mulheres das camadas médias e urbanas da Europa e dos Estados Unidos estremeceram o status quo da sociedade Ocidental. Aliadas ao contexto de mudanças sociais da época , as reivindicações por autonomia e liberdade sexual foram fundamentais para construção de uma sociedade mais justa e igualitária do ponto de vista das relações de gênero. No Brasil, a luta dos movimentos de mulheres identificados com o feminismo antecipou o debate que , na década de 1990 , consolidou os conceitos sobre os direitos e a saúde sexual e reprodutiva . Utilizando os pressupostos desenvolvidos por Michel Foucault, Judith Butler e John Scott a respeito da sexualidade, gênero e relações de poder, esta dissertação pretende analisar , sob uma perspectiva histórica e das relações de gênero , os discursos referentes à reprodução e sexualidade publicados nas revistas Claudia ( 196 1 ) e Nova (1973) na década de 1970. Partindo do pressuposto de que as revistas femininas de grande circulação funcionaram como dispositivos de gerenciamento do corpo e da sexualidade das mulheres no Brasil , o objetivo é investigar como Claudia e Nova forjaram as relações de poder existentes nos discursos sobre anticoncepção, aborto, menstruação, orientação sexual, orgasmo, identidade de gênero e prevenção às doenças venéreas . Foram investigados artigos e reportagens que abordaram especificamente os dois assuntos, bem como algumas peças publicitárias que trataram o tema de forma mais ou menos explícita. Tentando acompanhar a revolução dos costumes ocorrida na década de 1970, ambas as revistas utilizaram os discursos de autoridade da medicina e da sexologia moderna para corroborar consensos que reforçavam a ordem construída em torno do controle do sexo e do corpo feminino.