Efeitos anti-hipertensivos e microcirculatórios do extrato hidro-alcóolico de Echinodorus grandiflorus (chapéu de couro) em ratos espontaneamente hipertensos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Conceição, Fabiana Gomes da
Orientador(a): Lessa, Marcos Adriano da Rocha, Microcirculação
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7060
Resumo: Introdução: A hipertensão arterial é um grande desafio para a saúde pública, e quando não tratada, predispõe à morbidade cardiovascular e morte prematura. É sabido que grande parte do aumento da resistência vascular na hipertensão é determinada no nível microvascular e evidências recentes sugerem que uma redução na densidade capilar pode contribuir significativamente para a elevação da resistência vascular e, conseqüentemente, a pressão arterial, tanto em humanos quanto em animais de experimentação. O Echinodorus grandiflorus (EG), uma planta distribuídas em todo o Brasil, tem sido utilizada na medicina popular para tratar hipertensão e doenças inflamatórias. No entanto, não há estudos farmacológicos sobre os efeitos biológicos do extrato. Objetivos: Investigar os efeitos do extrato hidro-alcóolico de Echinodorus grandiflorus sobre a densidade capilar funcional e estrutural da pele, músculo esquelético e do coração em ratos espontaneamente hipertensos. Métodos: Para tanto, foram utilizados 10 Wistar-Kyoto (WKY) e 40 animais SHR. Os animais foram divididos em 5 grupos que receberam veículo (SHR, o grupo controle hipertensos e Wistar, o grupo controle normotenso) e EG (dose 50 mg/kg, 100 mg/kg e 200 mg/kg) durante 28 dias por gavagem. A pressão arterial sistólica e a freqüência cardíaca foram mensurados semanalmente por pletismografia caudal. A densidade capilar funcional foi avaliada no músculo gracil e da pele da orelha, utilizando videomicroscopia intravital após a injeção intravenosa de fluoresceína acoplado ao dextran. A densidade capilar estrutural foi estudada na musculatura esquelética e do ventrículo esquerdo, utilizando análise histológica com FITC acoplado a lectina griffonia simplicifolia, que pode identificar as células endoteliais. Resultados: O tratamento oral com EG diminuiu a pressão sanguínea sistólica em diferentes doses. O tratamento com o EG nas doses de 100 mg/kg e 200 mg/kg reverteu completamente a rarefação capilar funcional no músculo esquelético e pele (316 ± 60 e 353 ± 93 capilares/mm2; 319 ± 56 e 384 ± 70 capilares/mm2, p <0,05, respectivamente) em relação ao grupo controle hipertensos (231 ± 11 e 248 ± 14 capilares/mm2). A análise histológica mostrou que o grupo SHR apresentaram uma menor relação capilar/fibra no músculo esquelético (WKY + VEI 1,94 ± 0,09 e SHR + VEI 1,46 ± 0,05 capilar/fibra no músculo, P <0,05) e o tratamento com EG reverteu a rarefação capilar estrutural nos animais tratados com a dose de 200 mg/kg. A relação capilar/fibra no ventrículo esquerdo de SHR também foi reduzida (WKY + VEI 0,27 ± 0,08 e SHR + VEI 0,20 ± 0,01, P <0,05). Tratamentos com EG não teve efeito na rarefação capilar estrutura do ventrículo esquerdo. Conclusão: O tratamento crônico com EG foi capaz de reduzir a pressão sistólica e capaz de reverter completamente a rarefação capilar funcional e estrutural, na dose mais alta, em animais espontaneamente hipertensos.