Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Kabad, Juliana Fernandes |
Orientador(a): |
Monteiro, Simone |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49242
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Resumo: |
Com o propósito de refletir sobre o papel social da ciência e do/a cientista, este trabalho analisa a constituição da temática da saúde dos povos indígenas nos campos científico e político da Saúde Coletiva no Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que envolveu: revisão da literatura acadêmica em cinco bases; identificação das linhas de pesquisa sobre o tema e seus respectivos líderes e grupos; análise dos currículos e produção de quatro cientistas considerados atores-chave na constituição da temática. Observou-se um aumento substancial de artigos científicos desde a década de 1990, com expansão após os anos 2000. Os temas predominantes têm correspondência com o perfil epidemiológico da população e questões decorrentes da implantação do subsistema de saúde indígena a partir de 1999. Os grupos de pesquisa são heterogêneos, localizam-se em instituições públicas de ensino e pesquisa e, em grande parte, integram as áreas de Saúde Coletiva e da Antropologia, também vinculados a programas de pós-graduação. A quantidade de grupos é maior na macrorregião Norte, que concentra a maior parte da população indígena do país. Mas, o maior volume e impacto da produção encontra-se na região Sudeste, evidenciando as desigualdades na produção acadêmica no país. Os pesquisadores representam diferentes vertentes epistemológicas e de práticas políticas. Conclui-se que os desafios das políticas públicas em saúde indígena mobilizam estudos sobre o tema. Tais pesquisas têm colaborado para a construção de discursos e práticas que endossam o aperfeiçoamento das políticas públicas na área, aprofundam as compreensões das especificidades do processo saúde-doença-atenção e permitem uma necessária flexibilidade de epistemologias. Defende-se que o movimento indigenista, em articulação com cientistas e sanitaristas, forjou a criação de um subsistema específico no escopo do SUS. Os desafios consistem na expansão da participação dos indígenas, seus especialistas e saberes na ciência oficial; no fomento e expansão das linhas de estudo dentro da temática; na implementação de políticas públicas que considere as evidências dos conhecimentos do campo e no fortalecimento de pontes e práticas entre os cientistas e os diversos atores que compõem a arena de luta pela consolidação dos direitos indígenas no Brasil. |