Avaliação de serviço em saúde: análise da assistência pré-natal para adolescentes em uma instituição de referência da cidade do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Cabral, Rômulo Wanderley de Lima
Orientador(a): Carvalho, Eduardo Maia Freese de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31537
Resumo: Estudo avaliativo, de corte transversal, que teve como unidade de análise o serviço de assistência pré-natal específico para adolescentes do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM). Como objetivos, buscou-se investigar a adequação da estrutura e das características organizacionais, a disponibilidade, capacitação e integração da equipe multiprofissional, o grau de concordância entre as atividades desenvolvidas e às programadas pelo PROSAD/MS e, o perfil e as percepções dos profissionais e das gestantes adolescentes. Utilizamos como estratégia metodológica, a avaliação normativa com várias fontes de coleta dos dados durante o período de setembro a novembro de 1999. Para a estimativa do grau de adequação da estrutura e do processo, aplicamos um instrumento composto por indicadores construídos a partir das proporções de pontos obtidos em relação ao número máximo esperado, cuja as faixas para análise foram: 0 - 39%: crítico (C); 40 - 79%: não satisfatório (NS) e 80% ou mais: aceitável (A). Para investigar o grau de concordância entre as atividades do pré-natal e aquelas programadas pelo PROSAD, realizamos a revisão de 130 prontuários das adolescentes que iniciaram o pré-natal em outubro e novembro de 1998, mediante um “checklist”. E, para apreender o perfil e as percepções dos profissionais e das adolescentes, foram realizadas entrevistas com 50 adolescentes gestantes e todos os profissionais. Os resultados demonstraram que o serviço não atinge o nível de aceitabilidade, apresentando uma ponderação global de 70% (NS). Ao se analisar por área temática, a educação para a saúde foi a única com ponderação aceitável (80%). A ficha perinatal e o cartão da gestante seguem as normas do PROSAD. No entanto, foram identificados percentuais elevados de não notificação: dos resultados de exames tocoginecológicos (48,5%), das orientações das rotinas e atividades do pré-natal (56,2%), dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos (56,9%) e dos encaminhamentos (26,9%). Houve maior predomínio de adolescentes na faixa etária de 17 a 19 anos (53,8%) e 60% eram residentes do Recife. Observou-se um baixo grau de escolaridade (66,1%) com 1º grau incompleto e (83,8%) das adolescentes encontrava-se sem companheiro fixo. A constatação da gravidez ocorreu com mais frequência no primeiro trimestre da gestação ( 81,5%) e (46,9%) apresentou três consultas durante a gestação. Apenas 18% confirmou a presença do mesmo profissional nas consultas. O pré-natal comportou-se como de baixo risco: 33,8% não referiu queixas e 56% não apresentou problemas de saúde. 80% das adolescentes considerou a consulta como boa. Quanto aos profissionais, constatou-se a presença de uma equipe multiprofissional articulada, atuando há mais de cinco anos com essa clientela. Foram relatadas ainda as percepções e conhecimentos dos profissionais sobre a gravidez na adolescência, a assistência pré-natal, o PROSAD e a qualidade da assistência. Assim, evidenciou-se uma infra-estrutura inadequada com uma organização deficiente, ausência de objetivos e normas acessíveis e de informações dos dados produzidos no serviço, necessidade de profissionais de nível médio, capacitações teóricopráticas, reuniões periódicas e avaliações das atividades desenvolvidas. No entanto, apesar da distância existente entre o estabelecido pelo PROSAD/MS e o que vem sendo realizado, alguns pontos positivos foram ressaltados como a presença de uma equipe multiprofissional, a regularidade dos registros na pré-consulta, a rapidez para o agendamento da primeira consulta, a manutenção do acompanhamento e a prática de ações educativas.