Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Wakimoto, Mayumi Duarte |
Orientador(a): |
Camacho, Luiz Antonio Bastos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14460
|
Resumo: |
O presente trabalho teve por objetivo analisar os fatores demográficos e clínicolaboratoriais associados ao dengue grave em crianças internadas em três hospitais pediátricos no município do Rio de Janeiro. Inicialmente foi avaliada a literatura disponível sobre o tema por meio de revisão sistemática. Os parâmetros que demonstraram forte associação aos casos graves na revisão foram: letargia, hepatomegalia, hematócrito >50%, hemoconcentração > 22%, sangramento, que constituem sinais de alerta definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Também estavam associados à síndrome do choque do dengue (SCD): tipo de vírus, infecção secundária pelo vírus dengue e obesidade. Houve importante variação nos resultados, o que apontou para a necessidade de realização de outros estudos, com desenho e métodos de análise adequados à investigação de fatores preditivos de gravidade em crianças, permitindo a comparação do padrão clínico-epidemiológico entre diferentes populações. Para avaliação dos fatores demográficos, clínicos e laboratoriais associados ao dengue grave em crianças no município do Rio de Janeiro, foi realizado estudo casocontrole em três hospitais de referência para internação. Foram avaliadas 308 crianças na faixa etária de 0 a 18 anos internadas por dengue: 89 casos, definidos como graves pela presença de choque e 219 controles. A média de idade entre os casos foi de 7,9 anos e 9,1 anos nos controles. Não houve associação significativa entre sexo e raça ao dengue grave. Todos os sinais de alarme descritos na literatura foram significativos na análise univariada: agitação (OR:9,1;IC95%3,8–21,6 p=0,000), sonolência (OR:17,4; 8,3–36,8 p=0,000), vômitos persistentes (OR:2,3; 1,2– 4,4 p=0,01), lipotímia (OR:3,4 IC95%1,6 –7,0 p=0,001), oligúria (OR:12,0; IC95%5,9 – 24,2 p=0,000), hipotermia (OR:26,58 IC95%5,9–118,8 p=0,000), desconforto respiratório (OR:10,3 IC95%5,5–19,2 p=0,000), dor abdominal intensa (OR:3,86; IC95%2,2–6,8 p=0,000), hepatomegalia dolorosa (OR:2,69; IC95% 1,5–4,7 p=0,001), hemorragias importantes (OR:3,9; IC95% 2,1–7,2 p=0,000), aumento súbito de hematócrito (OR:2,2; IC95%1, –4,0 p=0,006), queda brusca de plaquetas (OR:5,0; IC95%1,2– 22,0 p=0,001). Permaneceram como fatores associados ao dengue com evolução para o choque em crianças no modelo final de regressão logística multivariado: sonolência (OR:11,1; IC95%4,4-28,3), oligúria (OR:1,2; IC95%4,5-27,6) e dispnéia (OR:9,2; IC95%.4,2-20,3). O estudo demonstrou a importância do monitoramento dos sinais clínicos, confirmou a relevância dos sinais de iv alarme e definiu indicadores de evolução para o quadro de choque em crianças hospitalizadas com dengue. |