Função cognitiva, adesão medicamentosa e controle da pressão arterial em idosos acompanhados pela Estratégia Saúde da Família em Picos-Piau, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Luz, Alyne Leal de Alencar
Orientador(a): Härter Griep, Rosane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47635
Resumo: A maior longevidade tem como uma de suas consequências o aumento da ocorrência de doenças crônico-degenerativas, com destaque à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). No idoso, o controle dos níveis pressóricos torna-se um desafio, sendo o grupo populacional que concentra a grande parcela dos hipertensos refratários ao tratamento. Nesse sentido, o déficit cognitivo afeta diretamente a autonomia e independência dos idosos, o que pode comprometer a adesão medicamentosa do tratamento hipertensivo, repercutindo de maneira prejudicial no gerenciamento da HAS. Portanto, torna-se fundamental a avaliação dos fatores associados ao controle pressórico no acompanhamento dos hipertensos, buscando prevenir complicações e reduzir a mortalidade cardiovascular. Desse modo, o objetivo geral desta tese foi avaliar as relações entre o comprometimento cognitivo, a adesão ao tratamento anti-hipertensivo e o controle da pressão arterial (PA) em idosos hipertensos acompanhados pela Estratégia Saúde da Família (ESF) de Picos- Piauí. Este objetivo foi detalhado em três objetivos específicos: 1. Analisar a influência do comprometimento cognitivo na adesão ao tratamento anti-hipertensivo em idosos, com base na literatura científica; 2. Descrever o controle pressórico, segundo variáveis sociodemográficas, de comportamentos em saúde e adesão aos medicamentos em idosos hipertensos na Atenção Primária à Saúde (APS) e 3. Analisar a associação entre o comprometimento cognitivo e a PA não controlada. Primeiramente, foi realizado um estudo de revisão sistemática sobre comprometimento cognitivo e adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Posteriormente, foi realizado estudo epidemiológico transversal, analítico, desenvolvido no município de Picos \2013 Piauí, com 384 idosos (\2265 60 anos) hipertensos acompanhados pela ESF, selecionados por método probabilístico. Os dados foram coletados mediante entrevista face-a-face, com equipe treinada. Foi utilizado um questionário multidimensional, incluindo dados sociodemográficos, a versão em português do Montreal Cognitive Assessment para rastreio de comprometimento cognitivo e o Brief Medication Questionnaire para avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso. Além disso, foi realizada aferição da PA. Utilizou-se modelos de regressão de Poisson com variância robusta para estimar a razão de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%. Os resultados foram apresentados em três artigos. O primeiro artigo baseou-se em uma revisão sistemática da literatura e evidenciou que idosos com déficit cognitivo tinham maior chance de inadequado controle da PA. A revisão mostrou ainda a relação entre comprometimento cognitivo e baixa adesão dos idosos ao tratamento anti-hipertensivo. No segundo artigo, observou-se que 61,7% dos participantes apresentaram PA não controlada e 51,8% baixa adesão à medicação anti-hipertensiva. Na análise múltipla, somente a baixa adesão ao tratamento manteve-se associada à PA não controlada (RP = 2,41; IC95%: 1,96-2,97). Associações estatisticamente significativas não se mantiveram para as demais variáveis estudadas. O terceiro artigo destacou a forte associação entre o comprometimento cognitivo e a PA não controlada (RP=5,13; IC95%=3,25-8,09). Os achados destacam as associações entre a PA não controlada, a baixa adesão ao tratamento da HAS e o comprometimento cognitivo. Os resultados apontam para os desafios na assistência e reforçam a urgência no planejamento de intervenções direcionadas aos cuidadores de idosos, a fim de determinar melhor controle da HAS e prevenir complicações futuras.