Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Gabriella Carrilho Lins de |
Orientador(a): |
Moritz, Ângela Fernandes Esher |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36390
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Resumo: |
A alimentação viva se baseia no princípio da vitalidade dos alimentos, um princípio que orienta saberes e práticas e está relacionado à energia da própria vida. A Nutrição Complementar Integrada, por incorporar outras lógicas alimentares e nutricionais, acolhe a alimentação viva como uma “corrente alimentar”. Esta pode também ser percebida como integrante do chamado “estilo natural” onde o estilo de alimentação é um arranjo provisório que engendra sentidos e identidades individuais e coletivas. Para este trabalho, utilizou-se como referência o Projeto Terrapia: Alimentação Viva na Promoção da Saúde e Meio Ambiente, do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (ENSP/FIOCRUZ), que apresenta uma amplitude nacional para divulgação do alimento vivo e no estudo é compreendido como o espaço de formação dos profissionais de saúde entrevistados. A pesquisa parte de um referencial de construção de prática de alimentação articulada com as Práticas Integrativas e Complementares, inserida nos serviços de saúde com caráter multiprofissional. Refletindo sobre a prática alimentar no universo do Sistema Único de Saúde (SUS), esse estudo teve o propósito de compreender como esse tipo de alimentação se insere na prática dos profissionais de saúde, oriundos do “Projeto Terrapia”, no âmbito desse sistema, identificando a ressignificação feita por esse profissional acerca do alimento vivo em seu processo de trabalho e descrevendo características possíveis de serem colocadas no serviço, bem como, os principais fatores associados aos limites e possibilidades existentes na busca dessa interface. Se caracteriza como um estudo exploratório de abordagem qualitativa e natureza básica. Para tanto, foram analisadas com a técnica de análise de conteúdo temática, nove entrevistas em profundidade do tipo semi-estruturadas. Construímos três categorias de análise empíricas ancoradas no conceito de habitus de Pierre Bourdieu: “trajetórias sociais”, “incorporações” e “disposições futuras”, que permitiram ver os significados implícitos que estão nas falas e práticas dos agentes quanto à inserção do vivo no serviço público de saúde. Compreendemos que as trajetórias dos profissionais influem nas suas maneiras de pensar, agir e sentir o que contribui para um maior ou menor investimento para com a alimentação viva. As experiências de sentir a vitalidade, mais do que racionalizá-la, revelaram uma incorporação quase essencial para a ressignificação do vivo e inserção do mesmo no serviço, onde os entraves e possibilidades mostraram tensões e disposições. Os projetos futuros denotaram a esperança desses agentes como uma conversa entre o possível e o impossível no hoje, conformando um universo simbólico de motivações com a alimentação viva, que como um recurso imaginário pode dar início a materialização desejada de outra realidade no porvir. Espera-se que o estudo possa contribuir para ampliar o conhecimento da alimentação viva como uma prática integrativa e complementar no SUS. |