Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Pande, Mariana Nogueira Rangel |
Orientador(a): |
Amarante, Paulo Duarte de Carvalho,
Doron, Claude-Olivier |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20783
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Resumo: |
Esta pesquisa analisou práticas discursivas de psiquiatras da infância, neuropediatras e pediatras de serviços públicos no município do Rio de Janeiro, sobre diagnósticos e terapias, inclusive psicofarmacológicas, utilizadas com crianças, sobretudo na primeira infância. Dentre os principais achados, destacam-se que: a) há uma dissonância significativa entre o que se sabe sobre a segurança e a eficácia da medicação das crianças na primeira infância, sobretudo a longo prazo, e a prática cotidiana, com sérias implicações éticas; b) a agressividade e a violência tornam-se insígnia de sintoma e transtorno mental, implicando na necessidade de tratamento, a partir de uma condição histórica fundamental que coloca a periculosidade como elemento de cuidado e controle; c) o processo da educação e da escolarização exerce um papel fundamental na demanda por atendimento formulação de diagnósticos desde o alienismo há uma relação íntima entre esses elementos, com características específicas na contemporaneidade; d) a relação entre as especialidades e os diferentes papéis que cada uma atribui a si e aos demais mostra as concepções que se constroem acerca da compreensão acerca dos problemas mentais e comportamentais na infância; as variações entre as práticas de psiquiatras e neuropediatras parecem ser menores do que se supõe, constituindo-se como verdadeira arena de disputa de poder; e que a pediatria ocupa um lugar limítrofe quanto aos problemas mentais e comportamentais, tendendo a uma nova forma de especialismo; e) as noções diagnósticas de base para o tratamento, de modo que as classificações diagnósticas oficiais têm se tornado critério cada vez mais dominante de compreensão nosográfica e nosológica, dando pouco espaço à criação e à resistência entre as diferentes especialidades e vertentes. Para a análise desses pontos, foi necessário buscar algumas raízes da psiquiatria infantil, compreendendo as impressões e os relatos dos entrevistados a partir de uma construção histórica que apresenta continuidades e rupturas. Para a leitura desses processos, usamos como balisa a produção arqueológica e genealógica de Foucault, compreendendo essas relações a partir de jogos e disputas de poder. A pesquisa mostrou que existe uma continuidade que atravessa as diferentes especialidades e diz respeito à disputa sobre a finalidade do tratamento, ora combatendo o sofrimento mental, ora visando a adaptação social. Identifica, finalmente, alguns aspectos do funcionamento da rede de saúde mental que colabora para uma certa forma de medicalização da infância, que não se restringe unicamente à formação e à prática dos profissionais de saúde. |