Presença e participação feminina na psiquiatria brasileira: a trajetória da Dra. Alice Marques dos Santos (Rio de Janeiro, 1928-1964)

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Cruz, Ygor Martins da
• Orientador(a): Facchinetti, Cristiana
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53515

A pesquisa visa estudar a trajetória da psiquiatra Alice Marques dos Santos e está compreendido entre 1928 (ano de seu ingresso na Faculdade de Medicina) e 1964 (assunção à direção do Hospital Pedro II). Propõe-se analisar sua constituição social e profissional, delineando as estratégias e os contextos que possibilitaram sua participação na neuropsiquiatria praticada no, então, Distrito Federal. Para contar essa história, mobiliza-se repertório documental diverso, entre jornais de época, periódicos científicos, livros, cadernos de estudo, anotações, tese de doutoramento e cartas, que serão apreciados junto aos conceitos de biografia e interseccionalidade. Dra. Alice, como outras médicas, apesar de ter sido personagem central para o desenvolvimento da medicina mental brasileira, foi apagada pela historiografia da ciência e da saúde. Buscase investigar as motivações que encaminharam seu silenciamento, sublinhando-se sua presença e atuação dentro de importantes instituições responsáveis pelas dinâmicas e processos relativos à psiquiatria. Entre elas, a Sociedade Brasileira de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal, o Centro Psiquiátrico Nacional, o Grupo de Estudos C. G. Jung e a Casa das Palmeiras. Ao relacionar sua trajetória pessoal às conjunturas históricas e redes sociopolíticas do período em pesquisa, é possível demonstrar a íntima relação que a ciência médica e a sociedade nutriram, apontando a contribuição que a referida médica deixou para seu campo de atuação