Vigilância da violência contra a mulher em um município do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Oliveira, Paula Sergipense
Orientador(a): Souza, Edinilsa Ramos de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34984
Resumo: A violência, por sua magnitudee impacto social, assume grande importância para a Saúde Pública, devido à gravidade com que afeta a saúde individual e coletiva de ampla parcela da população.No município de Casimiro de Abreu, segundo dados do SINAN de 2009 a 2012, as notificações de Violência Doméstica, Sexual e/ou outras Violências permeiam principalmente a população feminina e os menores de 18 anos. Dentre essas, as principais vítimas são as mulheres que sofrem, sobretudo com as diversas formas de violência intrafamiliar. Ao longo dos últimos cinco anos observaram-seo aumento das notificações dos casos de violência, principalmente contra a mulher, e ao mesmo tempo as dificuldades na investigação e abordagem do problema por parte dos profissionais de saúde do município. Acredita-se que este estudo contribui para a maior compreensão do contexto das violências praticadas no município, e também permite refletir sobre a incorporação de novas técnicas de vigilância, incluindo abordagens, investigação e aprimoramento da notificação. O objetivo do estudo é investigar a violência intrafamiliarcontra a mulher no município de Casimiro de Abreu no período de 2009 a 2012, analisando o perfil das vítimas, dos possíveis agressores e dos agravos. Os dados sobre violência foram extraídos doSistemade Informação de Agravos de Notificação (SINAN), cujoinstrumento básico é a ficha de notificação da "Violência doméstica, sexual e/ou outras violências" que constitui o também chamado Sistema de Vigilância das Violências e Acidentes/VIVA Contínuo. Os resultados demonstram que a violência de gênero ainda impera, tendo o cônjuge como principal agressor nas notificações analisadas, que na grande maioria trata-se de agressões físicas ou psicológicas.As agressõesdemonstram um perfil em grande parte domiciliar, cujas vítimas são mulheres jovens que têm seu rosto como principal alvo da agressão. Os resultados também evidenciam a fragilidade das informações no que tange o preenchimento das notificações, que interferiu diretamente na construção do perfil das vítimas, com percentual elevado de informações em branco ou ignorado. E também traz para a discussão, a nível local, a necessidade de capacitações para os profissionais de saúde tanto no preenchimento, quanto na abordagem e acolhimento das vítimas, entendendo que o setor saúde faz parte de uma rede de apoio interinstitucional que deve ser prestada às vítimas de violência.