Proposta de vigilância comunitária em saúde de base territorial no estado de Minas Gerais visando o fortalecimento da mobilização social para o enfrentamento da dengue, zika e chikungunya e controle do Aedes Aegypti: Análise do Processo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Nádia Ladendorff de
Orientador(a): Luz, Zélia Maria Profeta da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34144
Resumo: Emergências em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional decretadas em 2015 e 2016 respectivamente em decorrência do crescente número de casos de zika associados a microcefalia e outras anormalidade do Sistema Nervoso Central de bebês de gestantes expostas ao vírus, somado ao histórico de epidemias de dengue de mais de 30 anos no país, identificação de lacunas inerentes ao modelo de controle utilizado e base em experiências participativas, sustentáveis e exitosas foram subsídio para o desenvolvimento de uma proposta de vigilância em saúde de base territorial no estado de Minas Gerais visando o fortalecimento da mobilização social para enfrentamento da dengue, zika e chikungunya e controle do Aedes aegypti pelo Instituto René Rachou e parceiros a saber: Secretaria de Estado da Educação, Secretaria de Estado da Saúde e Escola de Saúde Pública de Minas Gerais. A proposta está sendo desenvolvida em três eixos principais: 1) implantação de comitês populares em territórios no estado de Minas Gerais; 2) formação de redes de solidariedade envolvendo mães de crianças com microcefalia e outras anormalidades do SNC em função do vírus Zika e, posteriormente, 3) desenvolvimento de políticas públicas. Para isso foi criado um Grupo Gestor (GG) composto por membros representantes das instituições participantes e cabendo a este GG planejar e acompanhar todas as ações durante a implantação da proposta. Foi proposto que os comitês se localizassem em escolas da rede Estadual de Minas Gerais, para isso foram convidadas a participar as Superintendências Regionais de Ensino (SREs), estas, ao aceitarem convidaram escolas sob sua área de abrangência por meio de seus diretores (as) que ao aceitarem indicaram um (a) coordenador (a) para o comitê e disponibilizam espaço físico e internet. Para o desenvolvimento do trabalho foi construída uma plataforma virtual, interativa e dinâmica, acessada por meio de usuário e senha. Nela foi possível cadastrar e capacitar o comitê e postar as atividades desenvolvidas no território. Os comitês populares, em conjunto com a população, tem como objetivo definir e implantar estratégias participativas para o reconhecimento, análise e discussão sobre o território, visando o planejamento de propostas de mobilização social para o enfrentamento da dengue, zika e chikungunya e o controle do Aedes aegypti e para a criação de ambientes favoráveis à saúde. Para a interlocução com os comitês foram definidos tutores que acompanharam o trabalho por meio da plataforma. O presente trabalho teve como objetivo analisar o processo de desenvolvimento da proposta e identificar fatores que facilitaram e dificultaram tal processo. O trabalho é descritivo de caráter exploratório, coletou e analisou dados primários e secundários e acompanhou nove indicadores. Em relação aos resultados, tivemos 100% (16/16) de aceite nas SREs e 20% (319/1.640) nas escolas. As escolas que receberam usuário e senha para acesso da plataforma e permaneceram na proposta totalizaram 211 e foram distribuídas nas 16 SREs, destas, 141 (67%) realizaram pelo menos um acesso à plataforma virtual durante o ano de 2017. Durante o período analisado foram registrados 1.062 acessos e 89 postagens na plataforma. Em 49 escolas houve cadastramento de comitês, estes foram distribuídos em 39 municípios de 12 SREs, desenvolveram 27 atividades propostas em seus territórios e contaram com 390 integrantes, dentre eles: alunos (as), professores (as), diretores e vice-diretores (as), outros funcionários da escola, familiares de alunos (as) e de profissionais das escolas, lideranças comunitárias e voluntários parceiros da escola. Greves escolares, processo de designação de professores e comunicação foram alguns fatores que tornaram o processo mais complexo. Por outro lado, plataforma virtual, tutoras, parceiros e escolas estaduais foram facilitadores do processo. Análise inicial demonstrou que a proposta é promissora. Serão necessários aprofundamentos relacionados à comunicação e organização de fluxos para otimização dos processos.