Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Souza Junior, Paulo Roberto Borges de |
Orientador(a): |
Szwarcwald, Celia Landmann |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2584
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Resumo: |
O presente estudo tem como objetivo quantificar e caracterizar as pessoas infectadas pelo HIV que iniciam tardiamente o tratamento com anti-retrovirais (ARV), bem como avaliar a qualidade de vida e a resposta do sistema de saúde aos pacientes de HIV/aids em terapia ARV. Os resultados são apresentados sob forma de três artigos científicos. No primeiro, foram utilizados os dados do Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) para investigar o retardo no início da terapia ARV. Foram considerados todos os indivíduos infectados pelo HIV, com 15 anos ou mais de idade, que realizam o primeiro exame de contagem de linfócitos CD4+ para avaliação de indicação de tratamento, no período 2003-06. Para 41% dos pacientes, havia indicação de início imediato da terapia ARV (CD4+ < 200 cel/mm3 e/ou presença de sintomas relacionados a aids), sendo esta proporção maior entre os homens (47%), entre os pacientes com 50 anos ou mais (53%) e entre os residentes nas regiões Norte e Nordeste do país (50% e 47%, respectivamente). Na segunda parte do trabalho, foi desenvolvido um inquérito com pacientes em terapia ARV, em âmbito nacional. Responderam ao questionário, 1245 pacientes com 18 anos ou mais, distribuídos em 42 unidades dispensadoras de medicamentos selecionadas probabilisticamente. Os pacientes, na sua maioria, tinham entre 18 e 49 anos (79%), eram homens (59%), tinham completado o ensino fundamental (56%) e relataram algum efeito colateral ou adverso ao tratamento ARV (62%). No segundo artigo, investigou-se a auto-avaliação de saúde entre os indivíduos em terapia ARV. Ao todo, 65% dos pacientes auto-avaliaram sua saúde como excelente ou boa e 81% relataram pouca ou nenhuma dificuldade para seguir o tratamento. Porém, 34% dos homens e 47% das mulheres disseram ter sentido um grau intenso ou muito intenso de ansiedade ou depressão nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa. Grau de escolaridade, situação de trabalho, presença de efeitos colaterais e sintomas relacionados à aids foram os principais fatores associados à auto-avaliação de saúde boa para ambos os sexos. O terceiro artigo enfocou a qualidade de vida e a resposta do sistema de saúde do ponto de vista dos pacientes. A qualidade de vida foi avaliada como excelente ou boa por 59% dos pacientes. Contudo, 65% não está muito satisfeito com sua vida sexual e 22,5% relatou um grau intenso ou muito intenso de sentimento de solidão. Para avaliação do sistema de saúde, utilizando uma escala de 0 a 100, o grau médio de satisfação com o sistema de saúde de uma forma geral (considerando aspectos relacionados ao atendimento médico, aos serviços de saúde e ao Sistema Único de Saúde como um todo) foi de 73,8. Os itens tempo de espera pelo atendimento e tempo de deslocamento até o serviço de saúde receberam as piores avaliações. O grau de satisfação com o desempenho do sistema de saúde mostrou-se associado à qualidade de vida. Os resultados do primeiro artigo apontam para a necessidade de desenvolver estratégias para detecção precoce do HIV para o controle mais efetivo da epidemia e o aumento do impacto da terapia ARV. Os resultados do inquérito mostram, por sua vez, que a melhoria da assistência prestada em determinados aspectos (capacitação dos profissionais de saúde, melhora do acesso geográfico e oferta de terapias complementares), o maior suporte social, e intervenções para diminuir as perdas relacionadas ao trabalho e aos bens materiais, são fatores que podem contribuir a melhorar a qualidade de vida dos pacientes vivendo com HIV/aids no país. |