Estudo das Características das principais Doenças Febris Agudas atendidas em serviço de referência do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Bressan, Clarisse da Silveira
Orientador(a): Brasil, Patrícia, Cruz, Oswaldo Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28517
Resumo: Doenças febris agudas (DFA) são inespecíficas quanto à sua apresentação. Em cidades endêmicas para Dengue este diagnóstico é superestimado. O conhecimento de sinais e sintomas de doenças infecciosas, assim como da frequência com que ocorrem, pode contribuir para a construção de modelos diagnósticos baseados em sinais clínicos precoces. Esse estudo foi realizado em pacientes maiores de 12 anos de idade, atendidos no IPEC no período de 2004 a 2008, com relato de febre de até dez dias na data da primeira consulta. O objetivo é descrever a prevalência das principais doenças febris agudas diagnosticadas. Um terço dos atendimentos foi destinado a viajantes com quadro febril, a maioria proveniente de outras cidades brasileiras. A Febre do Dengue (FD) foi a principal DFA diagnosticada entre os pacientes do estudo (n= 211) seguida da Malária (n=31). Outras doenças virais agudas (DVA) foram Rubéola (n=11), Parvovirose (4), soroconversão pelo HIV (1), Varicela (1), CMV (3), hepatite viral (7), meningite viral (1), infecção EBV (2). Dentre as demais etiologias destacam-se casos de Leptospirose (7), Rickettsiose (5), dentre outros. Uma parcela significativa dos pacientes não teve diagnóstico concluído laboratorialmente (n=224). Desse grupo, 116 (51,8%) receberam diagnóstico presuntivo de Dengue, mas não houve comprovação laboratorial Os sinais e sintomas mais prevalentes nos pacientes com Dengue confirmada foram febre (100%), cefaléia (89,1%), prostração (97,6%), mialgia (91,5%), exantema (76,6%), anorexia (82,5%) e alteração no paladar (69,1%). A presença de calafrios, icterícia, esplenomegalia e hepatomegalia foi significativamente maior nos pacientes com diagnóstico de Malária. Não houve diferença significativa entre a frequência de manifestações hemorrágicas, cefaléia, ou na média do número de plaquetas entre Dengue e Malária. A presença de tosse seca, coriza, adenomegalias palpáveis e icterícia foi significativamente maior nos pacientes com outras doenças virais agudas quando comparado ao grupo com Dengue que, por sua vez, apresentou médias mais baixas de leucócitos totais e plaquetas. Entre pacientes sem diagnóstico laboratorial concluído coriza, icterícia e esplenomegalia foram significativamente mais frequentes do que no grupo com Dengue. Mais da metade dos pacientes com diagnóstico clínico de Dengue teve essa etiologia confirmada e o valor preditivo positivo da suspeita clínica foi de 58%. O valor preditivo negativo encontrado foi de 87%. No período epidêmico esses valores foram de 69 e 85% respectivamente O diagnóstico presuntivo (hipótese clínica inicial) de Febre do Dengue tem baixo valor preditivo positivo, portanto o diagnóstico laboratorial deve ser útil para diferenciá-la de outras vii causas de febre aguda. A pesquisa de malária deve ser solicitada a todo viajante febril proveniente de área endêmica para a doença, pois achados laboratoriais ou clínicos não são suficientemente específicos para a diferenciação segura entra as duas enfermidades.