Diversidade genética do HIV-1 e mutações de resistência adquiridas em pessoas vivendo com HIV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Chaves, Yuri Oliveira
Orientador(a): Guimarães, Monick Lindenmeyer, Nogueira, Paulo Afonso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50689
Resumo: A falha virológica ou persistência de viremia detectável em pessoas vivendo com HIV/aids sob o uso de terapia antirretroviral pode ocorrer devido à baixa adesão ao tratamento e/ou mutações de resistência às drogas (DRM). No Brasil, a região Norte apresenta um dos piores cenários epidemiológicos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Assim, este estudo tem como objetivo investigar a diversidade genética do HIV-1 e DRM em Manaus. O estudo de corte transversal incluiu pessoas que vivem com HIV em terapia antirretroviral combinada e que apresentaram falha virológica entre 2018-2019. As sequências das regiões protease/transcriptase reversa (PR/RT) e C2V3 gp120 (Env) do envelope viral foram analisadas para determinar subtipos/variantes de HIV-1, DRMs e tropismo viral. Foram recrutados 100 indivíduos, no entanto foi possível obter sequência da PR/RT de noventa e dois deles, e estes foram analisados no estudo. Aproximadamente 72% deles eram do sexo masculino e 74% se autodeclararam heterossexuais. A inferência filogenética (PR/RT-Env) mostrou que a maioria das sequências era do subtipo B (67,4%), seguida por genomas mosaico BF1(14,1%) ou BC (1,1%) e sequências F1 (1,1%) e C (1,1%). Para 14 amostras só foi possível amplificar a PR/RT e destas 14,1% eram subtipo B e 1,1% C. Dentre as 83 amostras do subtipo B na PR/RT, 84,3% eram pandêmicas (BPAN) e 15,7% eram Caribenhas (BCAR) As análises da região do env demonstraram uma prevalência de 9% de variantes BBR e o tropismos das sequências analisadas apresentou uma prevalência de 66,7 % de vírus R5 trópicos. As DRMs mais frequentes foram M184I/V (82,9%) para inibidores da transcriptase reversa de nucleosídeo (ITRN), K103N/S (63,4%) para inibidor da transcriptase reversa não-nucleosídeo (ITRNN) e V82A/L/M (7,3%) para inibidores de protease (PI). A análise de DRM mostrou altos níveis de resistência para lamivudina e efavirenz em mais de 82,9% dos indivíduos, embora tenha sido observada baixa (7,7%) resistência cruzada à etravirina. Um baixo nível de resistência aos inibidores da protease foi encontrado e incluiu pacientes que tomam atazanavir/ritonavir (16,6%) e lopinavir (11,1%). Foi demonstrado alta susceptibilidade aos inibidores de protease, assim como aos ARVs: Darunavir, Etravirina e Maraviroque. A via de resistência às mutações análogas da timidina-2 (TAM-2) foi maior em BCAR do que em BPAN. Resultados semelhantes aos de outros estudos brasileiros com relação à resistência às drogas para HIV foram observados; no entanto, ressaltamos a necessidade de estudos adicionais sobre as variantes do subtipo BCAR. Os estudos de epidemiologia molecular são uma ferramenta importante para monitorar a prevalência de resistência aos medicamentos para o HIV e podem influenciar as políticas públicas de saúde.