Análise dos mecanismos imunológicos associados ao estabelecimento da reação reversa em pacientes com a forma lepromatosa da hanseníase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santos, Luciana Nahar dos
Orientador(a): Sarno, Euzenir Nunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12878
Resumo: A reação reversa (RR) é um quadro súbito com lesões cutâneas e neurais agudas que interrompem o curso crônico da hanseníase. A RR pode ocorrer em qualquer momento da evolução clínica da doença, inclusive após cura bacteriológica, afetando tanto pacientes multibacilares como paucibacilares. É largamente aceito que mecanismos imunológicos estão envolvidos neste processo, entretanto, o papel da resposta imune adaptativa específica ao M. leprae na patogênese da RR ainda não está esclarecido, já que ocorre em pacientes hiporrespondedores. No presente estudo caracterizamos as subpopulações de linfócitos T sanguíneos ex vivo envolvidas na RR assim como suas atividades funcionais in vitro. Para tanto, analisamos pacientes multibacilares com a forma clínica Borderline Lepromatosa (BL) que desenvolveram pela primeira vez a RR. Pacientes BL não reacionais e controles sadios de área endêmica para a hanseníase também foram incluídos no estudo. As análises fenotípica e funcionais ex vivo e in vitro foram realizadas por meio de citometria de fluxo multiparamétrica. Para os ensaios in vitro, as células mononucleares de sangue periférico (PBMC) dos pacientes foram cultivadas e estimuladas com M. leprae (ML, 20\F06Dg/mL) e enterotoxina B de Staphyilococcus aureus (SEB, 1\F06Dg/mL) por 6 horas Para detectar a resposta proliferativa, as células foram incubadas com carboxifluoresceína diacetato succinimidil éster (CFSE) e estimuladas com ML e SEB por 5 dias. A análise dos genes que codificam os fatores de transcrição críticos para a diferenciação de linfócitos T foi realizada por reação da polimerase em cadeia quantitativa em tempo real (qRT-PCR). Os resultados obtidos em nosso estudo sugerem que na abertura da RR, stat4 e t-bet são preferencialmente expressos in vivo. Observamos ainda diminuição ex vivo na frequência de linfócitos TNAÏVE no grupo RR e a prevalência nesses pacientes de células TEF e de memória previamente ativadas. As mesmas observações e conclusões podem ser aplicadas no que concerne à resposta proliferativa, vez que linfócitos T CD4+ e CD8+ do grupo RR proliferam in vitro espontaneamente e em resposta ao M. leprae. As células produtoras de IFN-\F067 foram observadas em todas as subpopulações de linfócitos T do grupo RR, incluindo TNAÏVE. No grupo RR também observamos frequências aumentadas de células TEF, TCM e TEM CD4+ e CD8+ produtoras de TNF\F02E\F020Além disso, nas mesmas condições, observamos frequência significativa de células TEF produtoras de IL-10. Em conjunto, os dados aqui apresentados e discutidos sugerem ativação Th1 in vivo como fator preponderante na patogênese da RR em pacientes BL