De médicos e médiuns: medicina, espiritismo e loucura no Brasil da primeira metade do século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Jabert, Alexander
Orientador(a): Facchinetti, Cristiana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19768
Resumo: Este estudo tem como objetivo investigar como foi construída, no Brasil, uma forma de terapêutica e de saber de orientação kardecista sobre a loucura, tomando também como aspecto a ser investigado a percepção e o posicionamento da classe médico-psiquiátrica diante desse saber, que era, e ainda é, embora de forma menos contundente, seu concorrente pela hegemonia do tratamento da loucura e do louco. Destaco, neste estudo, os pontos de aproximação e de afastamento que podem existir entre as estratégias de atuação dessas duas propostas de intervenção sobre este mesmo objeto. Nesse sentido, este trabalho se propõe a investigar o modelo espírita de definição e tratamento da loucura e os efeitos que esta produção conceitual produziu no interior da própria classe médica. Também pretendo analisar como se deu o estabelecimento de instituições destinadas à internação de alienados, dirigidas por associações de doutrina espírita e possuidoras de um modelo próprio de tratamento. Ao propor a investigação do problema social gerado pela loucura e pelo louco, pretendo enfatizar o seu aspecto multidimensional, isto é, enquanto fato social capaz de criar diferentes análises e soluções conceituais por grupos heterogêneos de atores sociais que irão inscrevê-la dentro de seus sistemas próprios de significação e de entendimento. Mesmo possuindo modelos explicativos diferenciados, estes grupos apresentam uma mesma capacidade de produzir intervenções, desenvolver políticas, administrar instituições de internamento e tratamento, mobilizar vários setores da sociedade e estabelecer alianças com o poder público.