Fatores sociodemográficos associados à hanseníase na região de Itaberaba-BA (2010-2018): uma abordagem espaço-temporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pinto, Eduarda Quartin
Orientador(a): Santos, Reinaldo Souza dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48465
Resumo: A hanseníase, que em 2018 apresentou 208.619 casos novos no mundo e 28.660 no Brasil, é considerada uma das doenças tropicais negligenciadas, onde, fatores sociais, econômicos e biológicos interagem levando a um ciclo vicioso de pobreza e doença, perpetuando condições de miséria crônica, precárias condições de saúde, baixa qualidade de vida, preconceito e estigmatização. A eliminação da hanseníase requer, além do diagnóstico e tratamento precoces, redução das desigualdades sociais. O objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados à distribuição espaço-temporal da hanseníase na região de saúde de Itaberaba, estado da Bahia, descrevendo as características clínicas e sociodemográficas dos casos novos de hanseníase do período, identificando e caracterizando clusters espaçotemporais, além de investigar fatores sociodemográficos associados à ocorrência da doença. Serviram como objeto de estudo os 653 casos novos diagnosticados entre janeiro de 2010 e dezembro de 2018. Através da análise espacial com o uso do Moran Global e Local e da estatística de varredura espaço-temporal de Kulldorff (SaTScan), o estudo evidenciou a heterogeneidade na distribuição da hanseníase na região, com a identificação de clusters espaciais e espaço-temporais de detecção de casos novos de hanseníase em Andaraí (RR: 2,56 e RR: 3,29, respectivamente), Iaçu e Itaberaba (RR: 3,57 e RR: 2,75) e de diagnóstico tardio (na detecção de casos com grau 2 de incapacidade) em Andaraí (RR: 5,29 e RR: 2,17). No município de Itaberaba, a nível de setores censitários, foram identificados cluster espacial e espaço-temporal de casos novos com RR: 4,49 e RR: 3,26, respectivamente. Através de regressão espacial GWR foi verificada associação do coeficiente de detecção de casos novos com a densidade domiciliar, com a não adequação da habitação e com a ausência de renda dos responsáveis pelos domicílios. Os achados corroboram com a heterogeneidade da distribuição espacial da hanseníase e sua associação com fatores socioeconômicos identificando regiões e populações de alto risco a fim de individualizar o planejamento de ações direcionadas para a busca ativa de casos não diagnosticados, necessária para a quebra da cadeia de transmissão e a prevenção de incapacidades físicas causadas pelo diagnóstico tardio.