As vivências de readaptação profissional de trabalhadores eletricitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Julie Micheline Amaral
Orientador(a): Modena, Celina Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48341
Resumo: O afastamento das atividades traz consequências negativas ao trabalhador, como sofrimento e vazio existencial, podendo desencadear ou agravar quadros de adoecimentos existentes. Nesse contexto, a reabilitação profissional torna possível o retorno ao trabalho e é importante instrumento para retomar a capacidade laborativa dos sujeitos. O objetivo desta pesquisa, de cunho qualitativo, foi compreender as vivências do processo de readaptação profissional de três trabalhadores eletricistas de uma empresa da indústria energética de Minas Gerais. Como instrumento de coleta de dados foram utilizadas entrevistas analisadas com base na Grounded Theory. O afastamento do trabalho culminou na ruptura identitária desses trabalhadores e na suspensão de sentidos produzidos no e pelo trabalho. Ainda resultou no seu isolamento e sua exclusão da lógica produtiva da empresa. A readaptação foi conduzida de forma a responsabilizar os reabilitandos pelo adoecimento causador do afastamento, bem como não cumpriu seu papel de retomar a aptidão dos trabalhadores, ao contrário, excluiu e reforçou a lógica da necessidade de adaptação do homem ao trabalho e não o oposto. A readaptação provocou, ainda, adoecimentos psíquicos nos participantes. Aponta-se a necessidade de estudos que investiguem os impactos dos processos de reabilitação ou readaptação profissional na subjetividade dos trabalhadores, bem como a importância de considerar a participação efetiva desses sujeitos. É preciso, ainda, compreender a participação dos fatores psicossociais no adoecimento causador dos processos de readaptação. Afinal, é preciso readaptar ou reabilitar o trabalhador ou o trabalho?