Mobilidade humana e saúde: compreendendo as condições sociais e de saúde dos imigrantes e refugiados venezuelanos na fronteira colombiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Moreno Cubides, Juan Carlos
Orientador(a): Peiter, Paulo Cesar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55971
Resumo: A migração constitui-se como um fator determinante e diferencial na saúde dos indivíduos, convertendo-se cada vez mais em foco para a saúde pública e tema central na agenda da resposta humanitária a nível mundial. A relação entre migração e saúde é complexa e diversa; sendo que durante os processos migratórios e em contextos humanitários, grupos mais vulneráveis encontram-se particularmente expostos a desigualdades no acesso a serviços, situações de risco, doenças transmissíveis e múltiplas formas de violência. Este estudo busca explorar e compreender as condições particulares dos migrantes e refugiados venezuelanos encontrados nas localidades da fronteira colombiana, analisando o impacto que têm na saúde, múltiplos fatores presentes nas condições de vida tanto no lugar de origem como ao longo da rota de migração; visando caracterizar a população migrante, identificar necessidades de saúde e estabelecer as barreiras de acesso a serviços básicos de atenção. A ferramenta de história de migração (MHT) desenvolvida pela Unidade Médica Brasileira (BRAMU), da organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi a estratégia central selecionada para enfrentar a tarefa particularmente desafiadora de coletar informações de pessoas em movimento. Dois municípios, Riohacha (La Guajira) e Tibú (Norte de Santander) foram priorizados como locais de estudo devido ao alto fluxo migratório e à presença operacional da organização na área. A informação obtida dos migrantes e refugiados venezuelanos incluiu diversos eixos temáticos em saúde como morbidade referida, exposição a violência, saúde mental e acesso a serviços de saúde entre outros; que foram correlacionados com base na caracterização sociodemográfica, os locais de residência/trânsito e os tempos do processo migratório dos participantes. Foi possível definir um perfil migratório caracterizado principalmente por grupos familiares com planos de permanência a longo prazo em busca de melhores condições de vida, acesso a fontes de trabalho e educação. A caracterização do fluxo migratório extraída das informações fornecidas pelos entrevistados evidenciou que metade das pessoas que migraram correspondeu a indivíduos menores de 20 anos. Também que 2 em cada 100 entrevistados pertenciam a uma comunidade indígena, da etnia Wayuu. Em geral, a população referiu um padrão misto de doenças crônicas e agudas, cuja principal dificuldade foi o acesso ao diagnóstico adequado e tratamento contínuo. Foi observado um acesso adequado a serviços médicos; identificando-se o comportamento com relação a procura do atendimento como a principal barreira de acesso quando problemas gerais de saúde, eventos de violência física, abuso sexual ou discriminação foram referidos pelos participantes. Este estudo compila informações e análises sobre as condições de saúde dos migrantes e refugiados venezuelanos encontrados nas áreas de estudo na Colômbia, visando fornecer informações sobre as intrincadas dinâmicas que definem a migração e a saúde e com o objetivo final de contribuir com evidências para as respostas humanitárias em contextos de migração