Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Silva, Cesar Luiz Pinto Ayres Coelho da |
Orientador(a): |
Baptista, Darcílio Fernandes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Oswaldo Cruz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7022
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Resumo: |
A esquistossomose é uma doença parasitária de veiculação hídrica causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, que afeta mais de 200 milhões de pessoas. Nas áreas de maior endemismo, o acesso ao suprimento de água é precário sendo obtida em poços, cacimbas e pequenos açudes, que se tornam também “criadouros artificiais” de caramujos infectados pelo S. mansoni. A doença é de profilaxia complexa, já que os moluscos aquáticos são de difícil controle, e pela parasitose incidir em zonas que favorecem um maior contato do homem com a água. No Brasil ocorrem dez espécies e uma sub-espécie do gênero Biomphalaria, sendo três espécies hospedeiras naturais do S. mansoni: Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila. O controle químico é utilizado para reduzir as populações destes hospedeiros intermediários sendo a Niclosamida o moluscicida recomendado pela OMS, porém com alta toxicidade para muitos organismos aquáticos. Moluscicidas derivados de plantas têm provado sua efetividade, porém exigem cuidados no manuseio, pois muitas espécies são tóxicas a humanos e organismos não alvo. Iniciativas no passado para o uso de plantas como moluscicida foram pouco promissoras ou desencorajadas em programas em larga escala devido ao pequeno valor agregado que possuem para as comunidades ou gestores públicos. A planta Moringa oleifera não é tóxica sendo utilizada na alimentação humana e animal, com vários estudos realizados para testar seu múltiplo uso, principalmente quanto à sua vi propriedade purificadora de águas. No presente estudo a semente moída de M. oleifera (ESSMol) foi avaliada pela primeira vez quanto à sua atividade moluscicida contra os moluscos B. glabrata, Physa marmorata e Melanoides tuberculatus. Sua ação ecotoxicológica também foi avaliada com o microcrustáceo Ceriodaphnia dubia e o peixe Danio rerio. Os resultados mostraram que o ESSMol foi eficaz como moluscicida para B. glabrata (CL50 = 0,419 g/L; CL90=1,021 g/L e P. marmorata (CL50=0,339 g/L; CL90=0,789 g/L) mas sem atividade moluscicida para M. tuberculatus. Para os organismos não alvo os valores foram: CL50 = 0,12 g/L (χ2 = 14,99; gl = 3; p<0,05) para C. dubia; e CL50 = 0,20 g/L (χ2 = 2,57; gl = 4; p>0,05) para D. rerio. O efeito tóxico apresentado nos testes ecotoxicológicos com organismos não alvo ocorreu em concentrações que permitem a manutenção de populações naturais. O ESSMol demonstrou ser um produto ecologicamente menos agressivo ao ambiente e seguro para manipulação e utilização pelo homem. A grande inovação do uso da M. oleifera como moluscicida, é apresentar um potencial para agregação de valor também como alimento para humanos e animais e na prestação de serviço ecossistêmico como purificador da qualidade da água. O multi-uso da M. oleifera integrando a relação do homem, planta e ecossistemas, compõem uma cadeia na estrutura ecossistêmica que fortalece os processos ecológicos, envolvendo mais que apenas a ação sobre o ciclo de transmissão da esquistossomose. |