Efeitos da violência doméstica na saúde mental da mulher cisgênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Jéssica Barreto dos
Orientador(a): Ferreira, Aldo Pacheco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54922
Resumo: Este estudo reflete sobre a problemática histórica da violência doméstica que é praticada contra o gênero feminino. Com o advento da pandemia de COVID-19 e a recomendação de isolamento social como medida preventiva contra a infecção pelo coronavírus, a violência doméstica foi intensificada, haja vista que as vítimas precisavam estar isoladas com seus agressores e com menores chances de acesso à rede de suporte. O objetivo geral foi investigar os efeitos da violência doméstica na saúde mental de mulheres cisgênero heterossexuais na procura do serviço de emergência do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, Niterói–RJ. Para tal, foram analisados prontuários clínicos de atendimentos à mulheres vítimas de violência doméstica por parte de seus companheiros, através do instrumento de análise de dados, Discurso do Sujeito Coletivo de Lefevre & Lefevre. Após a leitura sistemática dos prontuários, foram estabelecidas expressões-chave e ideias centrais de cada discurso individual, que se constituíram em 12 categorias. A partir das categorias dos discursos presentes nas representações sociais estabelecidas, construímos três macro categorias – 1. dominação pelos companheiros; 2. adoecimento psíquico em decorrência da violência doméstica; 3. agravamento da violência doméstica durante a pandemia de COVID-19, que correspondem a uma representação coletiva, o discurso do sujeito coletivo. Observamos que o contexto de violência doméstica, acarreta graves implicações na saúde mental das mulheres que vivenciam e que o isolamento social impediu contatos socioafetivos com pessoas que poderiam fornecer algum suporte. Dessa forma, há de se considerar que o hospital, foi a única alternativa para as participantes da pesquisa, pedirem ajuda. Contudo, a ausência de articulações com redes assistenciais e de proteção à mulher, fez com que os atendimentos se limitassem ao tratamento de sintomas psíquicos. Sugerimos que seja elaborado um protocolo de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica em situação de adoecimento psíquico, em articulação com a rede de assistência social e proteção à mulher, para garantia dos devidos encaminhamentos, e a construção de uma rede de cuidado e proteção de maneira integral.