Risco de transmissão vetorial do Trypanosoma cruzi ao homem, no município de Támara, estado de Casanare, Colômbia, e proposta de um novo modelo de determinação e estratificação de risco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lopéz, Diego Camilo Montenegro
Orientador(a): Junqueira, Angela Cristina Verissimo, Vera Soto, Mauricio Javier
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7703
Resumo: Em estudos desenvolvidos na Colômbia sobre a epidemiologia da DCh, o estado de Casanare apresenta a maior soroprevalência, associada, na sua maioria, à transmissão vetorial. Portanto, as organizações nacionais e internacionais de saúde têm priorizado, entre outros, o município de Támara - Casanare, a fim de "interromper a transmissão do Trypanosoma cruzi intradomiciliar pelo vetor Rhodnius prolixus e reduzir a infestação e o risco de transmissão de outras espécies com algum grau de domiciliação". Para definir ações de interrupção da transmissão vetorial faz-se necessário definir indicadores entomológicos como linha base que permitam direcionar as atividades de vigilância e controle do vetor. O presente trabalho fez caracterização do intra e peridomicílio e levantamento entomológico em 1.434 domicílios dentro de 48 de 52 comunidades existentes na área rural de Támara. Segundo o censo, a população rural é de 4.799 pessoas, 53,4% do gênero masculino e 46,6% do gênero feminino, sendo a população principalmente jovem com 44,8% de indivíduos entre 0 e 8 anos. Das famílias totais, 41% já ouviram falar do termo Chagas associando-o a uma enfermidade humana, enquanto os demais desconheciam o agravo. A composição estrutural predominante na avaliação conjunta das moradias foi: teto de zinco (80,3%) e de palmeira (22,6%), paredes de adobe (49,76%), tijolo (20,59%) ou de madeira (21,3%), reboco completo em 35% das paredes de adobe e ausência de reboco em 34% delas. Quanto ao tipo de piso, 66,1% tinham piso de terra e 33,0% de cimento. O levantamento entomológico encontrou 321 insetos hematófagos As espécies identificadas, em sua ordem de abundância, foram Rhodnius prolixus, Panstrongylus geniculatus e Rhodnius pictipes. A primeira espécie apresentou densidade de 77,88% de toda a fauna entomológica analisada e foi a única com presença de infecção com T. cruzi. R. prolixus foi encontrada colonizando o ambiente artificial, assim como P. geniculatus. A colonização e abundância de ninfas do principal vetor transmissor do T. cruzi na Colômbia (R. prolixus) esteve associado a moradias com teto de palha, paredes não rebocadas, chão de terra batida e presença de porcos; porém, a presença de adultos teve relação com a presença de hospedeiros, número de pessoas e presença da palmeira Attalea butyracea. Ao determinarmos o risco de transmissão, segundo os modelos empregados e o proposto no presente estudo, o RIVDCha, não encontramos diferença estatisticamente significante (F(3,188)= 1.341, p= 0.155), mas de acordo com a lógica e o conjunto de variáveis determinantes do risco de cada deles, são naturalmente diferentes O modelo proposto foi o único a categorizar exclusivamente em baixo risco às comunidades onde não há infestação com triatomíneos, demonstrando sua alta sensibilidade e capacidade informativa mesmo na ausência de casos de DCh. Baseados no modelo proposto, ficou demonstrado que há uma relação entre os casos de DCh e a distribuição e domiciliação de R. prolixus na área rural de Támara. Mas faz-se necessário continuar validando o modelo proposto em áreas endêmicas que permitam esclarecer o real funcionamento e definir sua aplicabilidade generalizada