Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Poça, Katia de Soares |
Orientador(a): |
Paumgartten, Francisco José Roma |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5297
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Resumo: |
As tripanossomíases americana (doença de Chagas) e africana (doença do sono) são causadas por protozoários do gênero Trypanosoma, têm como vetores insetos hematófagos e exibem alta morbidade. As duas tripanossomíases estão entre as doenças humanas mais negligenciadas porque, em que pese a relevância de ambas em termos de saúde pública, não foi feito esforço importante para desenvolver medicamentos eficazes e seguros, principalmente para os estágios mais tardios quando os protozoários atingem e comprometem órgãos vitais como o coração e o SNC. O megazol (MGZ) é um derivado nitroimidazólico com potente atividade contra os tripanossomas. O MGZ poderia ser considerado uma alternativa promissora aos fármacos atualmente empregados, não fossem os indícios de efeito genotóxico, problema freqüente entre os derivados nitroimidazólicos. Situado neste contexto, o objetivo deste trabalho foi reavaliar o potencial genotóxico do MGZ, e iniciar uma série de estudos para verificar se é possível bloqueá-lo com substâncias antimutagênicas, sem comprometer a eficácia tripanossomicida. A avaliação da genotoxicidade do MGZ foi realizada com ensaios in vitro, i.e., indução de aberrações cromossômicas em linfócitos humanos em cultura, e também in vivo, i.e., indução de micronúcleos em células da medula óssea de camundongos. No ensaio in vitro, o MGZ aumentou de forma concentração-dependente (1,41·10-4M, 2,81·10-4M e 5,63·10-4M) a freqüência de células com aberrações cromossômicas, exibindo as duas maiores concentrações testadas um claro efeito citotóxico. No teste in vivo, a administração de dose oral única do MGZ a camundongos Swiss Webster, machos e fêmeas, produziu discreto aumento da freqüência de células micronucleadas nos três intervalos de tempo pós-tratamento (24, 36 ou 48 horas). Este discreto efeito clastogênico de doses orais do MGZ não exibiu clara relação de dosedependência. Os resultados obtidos neste trabalho confirmaram que o MGZ é genotóxico. Os resultados do ensaio in vivo sugerem porém que a biodisponibilidade do fármaco administrado por via oral é reduzida. A investigação in vitro do antagonismo da genotoxicidade do MGZ pela vitamina E foi até certo ponto prejudicada pela acentuada citotoxicidade das concentrações de vitamina E (VTE) empregadas (2,5·10-6M e 5,0·10-6M). Apesar da pronunciada redução do índice mitótico dos linfócitos humanos em cultura, os resultados sugeriram que o efeito clastogênico induzido pelo MGZ 2,81·10-4M foi discretamente atenuado. Os efeitos da VTE, e de outras substâncias com atividade antioxidante, sobre a genotoxicidade do MGZ precisa ser melhor estudados antes de conclusões possam ser alcançadas a este respeito. |