Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Soares, Bárbara Nascimento Rocha Ribeiro |
Orientador(a): |
Barral, Aldina Maria Prado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/9474
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Resumo: |
A Leishamaniose Visceral (LV) é transmitida pela picada de insetos da espécie vetora Lutzomyialongipalpis através da inoculação dos parasitas juntamente com a saliva na pele do hospedeiro durante a alimentação sanguínea. A saliva deste vetor desempenha um papel importante na obtenção do repasto, sendo também capaz de modular o sistema imune do hospedeiro. Algumas proteínas salivares são imunogênicas e podem induzir a produção de anticorpos específicos. Neste sentido, a presença de anticorpos anti-saliva pode ser utilizada como marcador de exposição ao vetor. Na LV, a presença de galinhas em área endêmica é considerada um fator importante na manutenção da fauna flebotomínica, além de ser citada como um importante fator de risco para a transmissão da doença. Entretanto, o papel da galinha na cadeia epidemiológica da LV ainda não é bem compreendido. Nosso objetivo neste estudo foi detectar nestes animais a presença de anticorpos contra o sonicado de glândula salivar (SGS) a serem utilizados como marcadores de exposição a L. longipalpis e investigar o potencial papel destas aves como sentinela para a presença do vetor em área endêmica. Para isso, quarenta galinhas foram distribuídas em cinco residências em Cavunge, área endêmica para LV na Bahia e naturalmente expostas a picadas de flebotomíneos durante oito meses. Para avaliar a densidade vetorial armadilhas luminosas foram distribuídas e monitoradas mensalmente nas mesmas residências. Amostras de sangue destas aves foram coletadas a cada dois meses e monitorada a soroconversão para SGS. O teste de ELISA foi realizado para avaliar o reconhecimento de SGS onde, após quatro meses do início da exposição 26% das aves se tornaram positivas e com seis meses de exposição detectamos uma soroconversão de 100% das galinhas. Após oito meses, todas apresentavam altos títulos de anticorpos anti-SGS, aumentado 2,7 vezes sobre o valor do cut-off. Além do SGS foram utilizadas as proteínas recombinantes LJM17 e LJM11 da saliva da L. longipalpisque apresentaram desempenho semelhante ao SGS. O teste de correlação aplicado entre a densidade flebotomínica e os níveis de anticorpos específicos após oito meses de exposição não foi positivo, porém pôde-se observar que independente da variação na densidade de vetores, após a soroconversão, galinhas são capazes de manter os níveis de anticorpos IgY anti-SGS constantes. Para avaliar a reatividade cruzada para o reconhecimento a saliva da L. longipalpis, foram utilizados soros de galinhas expostas a picadas de barbeiros e Aedes aegypti, onde identificamos o reconhecimento de duas proteínas da saliva da L. longipalpis com peso de 61 e 79kDa. A proteína recombinante LJM11 não apresentou reatividade cruzada quando testada. Estes resultados demonstram que a exposição natural de galinhas ao vetor L. longipalpis resulta na produção de anticorpos IgY específicos anti-saliva sugerindo o uso destes animais como indicadores da presença do vetor, levantando a possibilidade da utilização de galinhas como um animal sentinela para a detecção da L. longiplapisem áreas endêmicas. |