O problema do câncer no Ceará: cancerologia, controle do câncer e a atividade coletiva da medicina (1940-1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Araújo Neto, Luiz Alves
Orientador(a): Teixeira, Luiz Antonio da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Casa de Oswaldo Cruz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18354
Resumo: Esta dissertação analisa o processo de organização das primeiras ações sistemáticas de controle do câncer e de estruturação da cancerologia no Ceará, entre os anos de 1940 e 1960. O objetivo é discutir a relação entre as ações de um grupo de médicos com a sistematização das ações anticâncer no estado, ressaltando as suas articulações com aliados internos e externos à classe médica. Nesse sentido, investiguei a documentação referente à trajetória da medicina e da saúde pública no Ceará, com destaque para a publicação Ceará Médico, material bibliográfico e biográfico produzido por esses personagens sobre o/no período estudado e outras fontes referentes à trajetória do controle do câncer, como decretos - leis, relatórios de instituições, atas de reuniões, discursos proferidos pelos médicos, e teses defendidas na Faculdade de Medicina do Ceará. Argumento que a mobilização dos cancerologistas pelo controle do câncer e pela organização de sua prática consistia em uma agenda de grupo, com o objetivo de definir um lugar de atuação para a cancerologia no Ceará e de projetar a iniciativa local como parte das redes em conformação no Brasil no período, integrando-se à campanha nacional contra o câncer. A conclusão deste trabalho é que a iniciativa dos cancerologistas foi capaz de alterar o estatuto da doença de uma agenda de grupo para um problema médico e social relevante, ainda que distante de ser uma prioridade da saúde pública estadual no fim dos anos 1950.