A construção de um novo mal: representações do câncer em São Paulo, 1892-1953

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Messora, Elder Al Kondari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-05062018-153436/
Resumo: Em 1904, o médico Alcindo de Azevedo Sodré publicava no periódico nacional Brazil Médico as dificuldades de se conseguir dados epidemiológicos sobre tumores malignos na população, enquanto o cirurgião paulista Arnaldo Viera de Carvalho, no mesmo ano, dissertava sobre as definições das formações cancerosas. Iniciava-se em São Paulo, nesse período, um processo de construção de representações sobre o câncer, a partir da imprensa jornalística, dos anuários estatísticos, dos boletins médicos e de teses doutorais. Carentes de uma especialidade médica voltada para o tratamento exclusivo desse flagelo, restavam aos órgãos públicos registrar o vertiginoso crescimento da mortalidade; paralelamente, os anseios da comunidade hipocrática, na busca de patrocínios para pesquisas e instituições, tal como da população, que queria a cura, ganhavam tonalidade frente a insidiosidade do então chamado \"mal da civilização\". Não demoraria para que os paulistas, prescindindo da ajuda federal, organizassem uma maneira de enfrentar a doença. Em 1934 seria fundada a Associação Paulista de Combate ao Câncer, uma entidade filantrópica com o propósito de facilitar o diagnóstico precoce, possibilitar sua profilaxia, realizar assistência hospitalar, social e moral, e elaborar pesquisas nos diversos ramos da \"cancerologia\". Seu fundador, o médico Antonio Prudente, escreveria no ano seguinte o livro \"O câncer precisa ser combatido\", consolidando um corpo material para essa nova questão de Saúde Pública. Assim, entre 1892, que marca a origem de instituições que transformam o câncer em um problema, e 1953, quando o Hospital A. C. Camargo foi construído e celebrado nos jornais como um grande trunfo contra esse mal, se compõe essa narrativa com o propósito de trazer à tona a história social do câncer em São Paulo