Análise comparativa de fatores associados à virulência de isolados clínicos de Microsporum canis de origem humana e animal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ramos, Mariana Lucy Mesquita
Orientador(a): Paes, Rodrigo de Almeida, Carvalho, Maria Helena Galdino Figueiredo de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48575
Resumo: Microsporum canis é um dermatófito zoofílico, sendo o fungo mais frequentemente isolado de cães e gatos. A transmissão de M. canis é feita diretamente por animais contaminados ou por fômites contaminadas por eles. Podem também ser encontrado no solo na forma saprotrófica, utilizando a queratina presente neste habitat. Durante o processo de invasão, esses patógenos utilizam diferentes enzimas, apontadas como fatores associados à virulência, que contribuem para a patogenicidade deste agente, sendo a queratinase uma das mais importantes. Uma vez que o número de animais de estimação vem aumentando progressivamente nos domicílios brasileiros, é necessário ampliar o conhecimento sobre as doenças decorrentes da interação entre humanos e animais domésticos. Desta forma, o objetivo deste estudo foi comparar a expressão de enzimas associadas à virulência e a termotolerância de cepas de M. canis isoladas de animais (cães e gatos) e humanos. Foram incluídos neste estudo 12 cães sintomáticos, 15 gatos sintomáticos, 11 gatos assintomáticos e 14 pacientes humanos, todos com isolamento de M. canis em cultivo de material de lesões ou dos pelos saudáveis, no caso dos gatos assintomáticos. Foram analisadas as produções das enzimas catalase, urease, queratinase, hemolisina e aspártico-protease de todas as cepas de M. canis obtidas no estudo através de métodos in vitro descritos na literatura. Além disso, a termotolerância foi avaliada através de análise comparativa do crescimento das cepas a 25ºC e a 35ºC. Os resultados obtidos nos diferentes grupos foram comparados através de testes não paramétricos. Em relação à produção de queratinase e hemolisina, a maior parte dos isolados apresentou baixa atividade enzimática, sendo alguns classificados como moderados e nenhum dos isolados apresentou alta atividade enzimática. Em relação à produção de aspártico-protease, a maior parte dos isolados analisados se mostrou como moderados produtores desta enzima, sendo poucos classificados como fracos ou fortes produtores. Em relação à produção da enzima urease, os isolados apresentaram atividade enzimática variando de negativa, fraca, média a forte entre os quatro grupos estudados. Todos os isolados apresentaram atividade enzimática para catalase, porém todos foram classificados como baixos produtores desta enzima. Quanto à termotolerância, todos os isolados apresentaram crescimento em cultura nas duas temperaturas estudadas (25ºC e 35ºC) e puderam ser classificados como possuindo baixa, média ou alta termotolerância, sendo a maioria dos isolados classificados nas duas últimas categorias. A expressão global dos fatores estudados variou entre os isolados e os diferentes grupos de hospedeiros. De modo geral, o fator associado à virulência mais expressivo foi a termotolerância, seguido da produção de aspártico-proteases. Não foi verificada diferença estatisticamente significativa dos fatores associados à virulência estudados entre os quatro grupos de hospedeiros (p>0,05) nem entre cepas isoladas de gatos sintomáticos e assintomáticos. Concluímos que os fatores associados à virulência estudados não estão associados à instalação do M. canis de animais para humanos, nem na sintomatologia apresentada por gatos infectados por este fungo dermatófito.