Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Caline Vasconcelos de. |
Orientador(a): |
Ribeiro, Guilherme de Sousa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57455
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Os sinais e sintomas de uma patologia e as reações adversas de seu tratamento podem causar estresse, baixa da autoestima, mau-humor, desânimo, entre outras sensações, com potencial de afetar direta ou indiretamente a qualidade de vida. Por acometer o aparelho reprodutor, o diagnóstico de Câncer do Colo do Útero (CCU) pode impactar sobre a feminilidade e sexualidade, comprometendo ainda mais o estado emocional da mulher, com possíveis reflexos em sua condição física, psicológica e relações sociais. OBJETIVOS: Descrever aspectos psicoemocionais e a qualidade de vida de mulheres com câncer do colo do útero assistidas em um hospital de referência de Salvador bem como caracterizar o perfil epidemiológico, sociodemográfico e clínico. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, realizado em um grupo de mulheres com idade ≥18 anos e com diagnóstico confirmado de CCU após o primeiro atendimento no ambulatório de oncoginecologia de um hospital de referência. A inclusão de participantes foi realizada entre julho de 2018 e outubro de 2019. Por meio de entrevista estruturada e revisão de prontuário, foram coletados dados sociodemográficos, histórico de tabagismo, vida sexual, antecedentes ginecológicos e sinais e sintomas relacionados à doença. Entre janeiro de 2019 e março de 2020, seis meses após a data de inclusão das participantes no estudo, foram obtidos dados psicoemocionais e de qualidade de vida por meio de ligações telefônicas e uso do questionário World Health Organization Quality of Life-Bref (WHOQOL-Bref). RESULTADOS: Foram identificadas 179 pacientes com diagnóstico confirmado de CCU, sendo que para 159 delas foi possível obter dados para contato telefônico. Foi possível completar o protocolo para contato telefônico (pelo menos cinco tentativas de ligação, realizadas em dias e horários alternados) para 115 das 159 pacientes, sendo que os contatos foram finalizados com êxito na obtenção de dados psicoemocionais e de qualidade de vida para 74 (64,3%) delas; para 41 (35,7%) não foi possível realizar a entrevista. Foi observado que a maioria das mulheres que responderam a entrevista sobre a qualidade de vida e aspectos psicoemocionais consideravam-se espiritualizada ou religiosa (94,4%) e a religião/crença mais referida foi a católica (57,8%), seguindo da evangélica (29,6%). A espiritualidade foi considerada pela grande maioria como apoio no enfretamento da doença. Alteração no humor (75,7%), insegurança (71,6%), choro fácil (69,0%), alteração no padrão alimentar (62,2%), alteração no sono (60,8%), medo da morte (59,5%) foram sentimentos ou sensações negativas frequentemente relatados após o diagnóstico do CCU. A qualidade de vida global das mulheres apresentou um escore (61,2) semelhante aos domínios físico (62,4), psicológico (63) e relações sociais (68). No entanto, o domínio relacionado ao meio ambiente, apresentou o menor escore (55,3), entre todos os analisados. CONCLUSÃO: Pode-se observar que incertezas e medo estão presentes após o diagnóstico, desencadeando um processo de dúvidas e angústias. A religiosidade foi uma das estratégias utilizadas por essas mulheres para o enfrentamento desse momento complexo e doloroso fisicamente e emocionalmente. A pior avaliação do domínio do ambiente sugere que as características do local de residência afetam negativamente a qualidade de vida destas mulheres. |