Resumo: |
Este trabalho busca a possibilidade dialógica entre os conceitos de inovação tecnológica e humanização no processo de produção de saúde, centrado na clínica praticada e gerenciada, no Instituto Nacional de Câncer (INCA). Considerando a inclusão dessa Instituição no Sistema Único de Saúde, no Sistema Nacional de Inovação em Saúde e no Complexo Industrial da Saúde, problematiza sua contribuição de destaque na área de Oncologia em todo território nacional vinculada à produção e difusão de conhecimento. O cuidado com o homem comum, portador de câncer, é o eixo considerado na aplicação dos princípios e valores da Política Nacional de Humanização, que retoma a discussão do papel das diferentes tecnologias no processo de produção de saúde e marca o lugar da relação profissional-gestor-usuário, baseada na escuta e nos processos coletivos de gestão. Propõe-se um Modelo de Atenção em Câncer que busque o diálogo no território das práticas entre as inovações e incorporações tecnológicas de ponta, numa instituição de alta complexidade, voltada para agravo que ocupa o segundo lugar em causa de morte no Brasil, e as tecnologias relacionais, suporte e vínculo para os cuidados que requerem seus usuários e profissionais-cuidadores. Considera o dispositivo analisado (caso clínico-institucional) como instrumento para gerenciamento da Atenção na lógica da Clínica Ampliada, articulando-a ao Modelo de Gestão Participativa, melhor definindo e integrando diagnóstico e tratamento aos cuidados paliativos do câncer. Identifica atores e instâncias responsáveis no HCII pela indicação, seleção e incorporação de inovações tecnológicas, e propõe um desenho de fluxo relacional a partir da clínica e das necessidades trazidas pelo vínculo usuário-cuidador, observando possíveis espaços de negociação para transformação das práticas. Propõe o uso do Protocolo SPIKES na discussão dos casos como ferramenta para aprimoramento do manejo da relação profissional de saúdeusuário, também na perspectiva de cuidado com o cuidador. |
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