Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Fernanda Aparecida Araujo de |
Orientador(a): |
Schütz, Gabriel Eduardo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58532
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Resumo: |
Este trabalho se propôs a estudar as motivações que levam a mulher, em situação de violência física, acolhida na Sala Lilás IML Centro, a realizar o registro de ocorrência numa delegacia policial. O fenômeno da violência contra a mulher é complexo e multicausal, envolvendo diversos elementos que repercutem na vida destas. Nossa sociedade é arraigada por atravessamentos históricos, religiosos, culturais, sociais, políticos e econômicos que influenciam nas relações sociais. Como também, permeada por uma cultura machista, patriarcal, sexista, heteronormativa e binária, que estrutura relações de poder e hierarquias, gerando desigualdades e privilégios. Teve por objetivo: descrever as atribuições e as contribuições do Projeto Sala Lilás, como parte integrante da rede de enfrentamento a violência contra a mulher, mapear o perfil sociodemográfico das mulheres entrevistadas e compreender as suas motivações para a realização do registro de ocorrência numa delegacia policial, buscando interromper o ciclo de violência. O método utilizado foi o estudo descritivo, com abordagem qualitativa. A partir de revisão bibliográfica sobre gênero e violência contra a mulher, a pesquisa analisou a legislação vigente, as normativas e as políticas públicas de enfrentamento a situações de violência, à institucionalização e funcionamento do Projeto Sala Lilás. Ocorreu levantamento dos parâmetros organizacionais, institucionais e normativos, dos documentos estabelecidos para o funcionamento do Projeto Sala Lilás. Foram aplicados 15 questionários após o momento do atendimento à mulher no Projeto Sala Lilás, sendo realizado análise interseccional. Resultados: o perfil sociodemográfico das entrevistadas teve a predominância de mulheres cisgênero, negras, heterossexuais, casadas/união estável, com mais de 10 anos de estudos, com rendimento até 1 salário mínimo, com faixa etária entre 20 a 39 anos, religião cristã, residentes em área formal e em moradia alugada. As motivações para realização do registro de ocorrência numa delegacia policial ocorreram por medo de feminicídio, pela intensidade da agressão física, desrespeito, filho(a), apoio familiar, humilhações, para o agressor ser advertido, devido a experiência de outros relacionamentos agressivos, para ser independente. Conclusão: a motivação da mulher ir até uma delegacia policial para realizar o registro de ocorrência não se inicia pelo último episódio de violência, há todo um contexto e ciclos de violências constituídos ao longo de sua vida, que impactam em seu processo de decisão. |