Estimação do número reprodutivo da dengue a partir de dados de vigilância de municípios dos estados do RJ e PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Thainá Castro da
Orientador(a): Villela, Daniel Antunes Maciel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27948
Resumo: A dengue possui quatro períodos compondo todo o seu ciclo de transmissão. O período de incubação extrínseco sofre forte influência da temperatura, que age modificando todo o curso de transmissão dessa doença. Uma vez que ocorre essa intervenção externa, objetivou-se com essa pesquisa comparar dois métodos para estimação do número reprodutivo da dengue, indicador capaz de medir a velocidade de propagação da doença no tempo. Um dos métodos estudados considerou para o cálculo das estimativas desse indicador, o efeito sazonal trazido pela temperatura, enquanto no outro método essa informação adicional não foi avaliada. A partir de dados a respeito da quantidade de casos de dengue e das temperaturas mínimas de 129 municípios do Rio de Janeiro e do Paraná, ambos os métodos foram calculados com a intenção de comparar as estimativas para o determinado indicador e diagnosticar possíveis divergências entre eles. Informações sobre população e outras variáveis climáticas foram também obtidas com o intuito de serem avaliadas em outras metodologias, como análise de componentes principais e modelo aditivo generalizado, direcionadas a compreender diversos perfis de municípios e a importância dessas variáveis na quantidade de alertas encontrados. Os municípios foram divergentes entre si quando avaliados de acordo com variáveis climáticas e geográficas, sendo definidos três grupos distintos. Os municípios, embora pertencessem a grupos distintos quando avaliados de acordo com variáveis climáticas e geográficas, não apresentaram diferenças de acordo com a quantidade de alertas gerados pelos métodos. Para o estado do Rio de Janeiro dentre todas as estimativas geradas o método independente apresentou 200 valores de Rt > 1 a mais do que o método dependente. O Paraná apresentou 290 valores de Rt > 1 a mais no método independente quando comparado ao outro método. Foram selecionados municípios de cada um dos três grupos definidos e a maior média de Rt encontrada entre esses municípios no método dependente foi 1,56, enquanto no método independente foi 1,21. Embora as médias tenham sido maiores no primeiro método, o número médio de alertas gerados por esse método não foi maior do que 3, enquanto no método independente o menor valor de alerta encontrado foi 2,4. O método dependente foi capaz de capturar o efeito que a temperatura tem sob as estimativas do indicador, além de ter se mostrado mais estável diante de sua série temporal, gerando uma menor quantidade de alertas de epidemia, o que traria benefícios aos serviços de vigilância na instauração de medidas públicas eficazes.