Trematoda Heterophyidae caracterização genética e implicações em saúde pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Borges, Juliana Novo
Orientador(a): Silva, Claudia Portes Santos, Siqueira, Cláudio Lísias Mafra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23191
Resumo: Os Trematoda Heterophyidae possuem ciclo de vida complexo em que moluscos e peixes atuam como hospedeiros intermediários e mamíferos e aves são hospedeiros definitivos. Suas metacercárias podem se encistar em diferentes órgãos de peixes, portanto há risco de infecção humana pela ingestão de pescado cru ou mal cozido. Estudos de viabilidade de espécies de metacercárias provenientes de países do norte da Europa e no Brasil são escassos. Embora haja estudos visando identificar e diagnosticar heterofiídeos com potencial zoonótico em outros países utilizando ferramentas moleculares, muitas espécies ainda são negligenciadas. Neste trabalho testes de viabilidade de metacercárias foram feitos com Ascocotyle (Phagicola) longa encistadas na tainha no Brasil e Cryptocotyle lingua encistadas no bacalhau na Dinamarca, expostos a temperaturas extremas de congelamento e aquecimento (entre 180°C e -80°C). Além disso foi feita uma caracterização genética das espécies de A. (P.) longa, Ascocotyle (Phagicola) pindoramensis e Pygidiopsis macrostomum encontradas em peixes da Lagoa Rodrigo de Freitas através de PCR e sequenciamento das regiões gênicas 18S rDNA, 28S rDNA, ITS2 rDNA e mtDNA cox-1. P. macrostomum também foi submetido a análises de microscopia de varredura a laser confocal (MVLC). Os testes de viabilidade demonstraram que duas horas de incubação na maioria das temperaturas são suficientes para inativar metacercárias de C. lingua e A. (P.) longa, com exceção da temperatura de -10°C, em que foram necessárias 24 horas. As caracterizações genéticas realizadas resultaram em sequências que possuem pouca variabilidade intraespecífica entre os espécimes de A. (P.) longa e A. (P.) pindoramensis, com P. macrostomum possuindo três haplótipos para a região ITS2. As análises por MVLC destacaram em P. macrostomum as fibras musculares diferenciadas ao redor da ventosa ventral. A comparação da nova sequência de A. (P.) longa com sequências da mesma espécie provenientes da Argentina e Israel depositadas no GenBank resultou em alta variabilidade para a região 18S rDNA, uma região muito conservada. Os resultados obtidos, indicam o congelamento de tainha e bacalhau como um procedimento altamente recomendável quando destinados ao consumo cru ou defumado a frio. Os estudos genéticos sugerem que P. macrostomum da Lagoa Rodrigo de Freitas e A. (P.) longa de diferentes regiões geográficas podem representar um complexo de espécies crípticas.