Fatores associados à retenção de peso em mulheres no pós-parto em municípios do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Nogueira, Jamile Lima
Orientador(a): Leal, Maria do Carmo, Saunders, Cláudia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36145
Resumo: O período reprodutivo feminino é considerado um momento vulnerável para o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade. As mulheres em idade fértil, especialmente aquelas que estão grávidas, devem ser consideradas como população prioritária para intervenções. O objetivo deste estudo foi analisar os métodos antropométricos de avaliação da retenção de peso pós-parto e os fatores associados a esta condição nutricional em mulheres adultas dos municípios de Queimados e Petrópolis, Rio de Janeiro. Realizou-se uma análise crítica dos métodos de avaliação antropométrica da retenção de peso pós-parto, por meio de uma revisão sistemática. Em relação à análise da retenção de peso, observou-se que a mesma foi feita de diferentes maneiras, de forma contínua, categórica e por distribuição percentilar. Foi também realizado um estudo de coorte com mulheres adultas que realizaram pré-natal no Sistema Único de Saúde. O desfecho foi a retenção de peso aos seis meses após parto, que foi categorizado em: perda de peso ou retenção de até 1 kg, retenção de peso de 1 a 5 kg e retenção de peso maior de 5 kg. As variáveis explicativas analisadas foram as socioeconômicas, obstétricas e antropométricas. Verificou-se que 31% das mulheres perderam ou retiveram até 1 kg, 30% retiveram de 1 a 5 kg e 39% retiveram mais de 5 kg, com média de 7,2 quilos retidos (DP = 5,38). O fato da mulher ser multigesta (OR = 0,66; IC 95% = 0,45-0,95) e ganhar peso insuficiente na gestação (OR = 0,36; IC 95% = 0,24-0,55) foram fatores protetores para a retenção de 1 a 5 kg. Observou-se que mulheres com mais de 31 anos (OR = 2,22; IC 95%= 1,33-3,69), pertencentes a classes sociais D e E (OR = 1,99; IC 95% = 1,30-3,04), que realizaram um pré-natal inadequado/parcialmente inadequado (OR = 1,72; IC 95% = 1,08-2,75), com baixo peso pré-gestacional (OR = 2,99; IC 95% = 1,52-5,90) e, com ganho de peso gestacional total excessivo (OR = 7,08; IC 95%= 4,22-11,86) apresentaram maiores chances de retenção de peso de mais de 5 kg. No que diz respeito à parição, o fato da mulher ser multigesta apresentou efeito protetor em relação ao desfecho (OR = 0,65; IC 95% = 0,44-0,95). Em conclusão, os resultados sugerem a escassez de informações concisas acerca da melhor forma de avaliação antropométrica das mulheres no período pós-parto e, também expressam a necessidade de um cuidado pré-natal de qualidade. Atenção especial deve ser dada às mulheres com mais de 31 anos, primíparas, de classe social mais baixa, que realizaram pré-natal de maneira inadequada, com baixo peso pré-gestacional e, especialmente, aquelas com ganho de peso gestacional excessivo.