Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Antônio, Jessica Corrêa |
Orientador(a): |
Monteiro, Fernando Araújo,
Pavan, Márcio Galvão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/22946
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Resumo: |
A doença de Chagas no bioma cerrado e em áreas de transição cerrado-caatinga pode ser transmitida por triatomíneos silvestres nativos e, portanto, estratégias tradicionais de controle vetorial (borrifação de inseticidas em casas infestadas por triatomíneos) são ineficazes. O desenvolvimento de novas estratégias destinadas especificadamente a vigilância e controle de vetores silvestres depende de informações básicas, como correta identificação taxonômica, delimitação da área de ocorrência da espécie e determinação de sua preferência ecológica. Estas informações podem ser obtidas através de estudos genético-populacionais dos vetores. Rhodnius neglectus é um triatomíneo silvestre que ocorre principalmente no bioma cerrado e é uma das espécies brasileiras de Rhodnius que apresenta a maior distribuição geográfica. Em um estudo prévio a partir do gene mtcytb foi observado que populações de R. neglectus do cerrado e de áreas de transição cerrado-caatinga, ao serem comparadas, apresentaram uma distância genética inesperadamente elevada, frente ao normalmente encontrado para espécies de Rhodnius, o que possivelmente poderia indicar que R. neglectus se trata de um complexo de espécies. Diante desse panorama, surgiu um questionamento se existe fluxo gênico entre o grupo de R. neglectus presente no cerrado e o grupo na área de transição cerrado-caatinga, ou se estas populações estariam ecologicamente isoladas, sofrendo, portanto, um possível processo de especiação A partir da análise de oito loci de microssatélites de 258 espécimes de R. neglectus provenientes de 14 localidades amostradas no bioma cerrado e em áreas de transição cerrado-caatinga foi possível observar que as populações de R. neglectus provenientes destas regiões não estão geneticamente isoladas. Portanto, R. neglectus não representa um complexo de espécies e a área de transição cerrado-caatinga não age como uma barreira ecológica para a dispersão de suas populações. A população de Xique-Xique/Ibotirama (área de transição cerrado-caatinga) parece ter um papel fundamental na estrutura populacional de R. neglectus por fornecer migrantes para as demais populações. A dispersão de R. neglectus no bioma cerrado e áreas de transição cerrado caatinga possivelmente ocorreu da região norte do bioma cerrado em direção a região nordeste com a ocupação da área de transição cerradocaatinga e posterior reocupação do bioma cerrado mais à oeste. As populações analisadas apresentam um grau moderado de estruturação populacional, provavelmente devido ao isolamento por barreiras naturais, tais como os rios, caso o fluxo gênico observado seja na realidade antigo. Porém, uma possível explicação para a manutenção do fluxo gênico recente entre as populações seria a dispersão passiva por aves. |