Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Alessandra Maria Silva |
Orientador(a): |
Najar, Alberto Lopes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2519
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Resumo: |
A análise de instituições é assunto amplamente pesquisado na área da saúde. A dinâmica organizacional dos serviços é estudada com vistas a entender as implicações desta sobre o processo de cuidado. Nesse contexto a cultura das organizações é entendida como uma possibilidade simbólica contida em uma dimensão maior, denominada cultura nacional. Ainda que esta não determine os valores produzidos no âmbito da oganização, estabelecerá os limites das variações. Essa premissa justifica a incorporação da abordagem sócio antropológica aos estudos de cultura organizacional. Nessa perspectiva, o presente estudo teveo propósito de conhecer as percepções de funcionários de dois serviços de atenção básica do município de Niterói/RJ sobre o significado das relações de amizade e parentesco, bem como das estratégias de navegação social comumente utilizadas fundamentada na perspectiva teórica desenvolvida por Roberto DaMatta. Segundo este autor, o Brasil é uma sociedade relacional, resultante da coexistência de valores associados às definições de indivíduo e pessoa. Ambas correspondem a construções ideológicas que orientam formas de ser, de viver e de pensar opostas, porém complementares. Esta relação conflituosa demanda a mobilização de estratégias de navegação social, entre elas o jeitinho, para transitar entre os valores do indivíduo e da pessoa. Utilizando a abordagem qualitativa foram realizadas 15 entrevistas, divididas entre funcionários de uma unidade de saúde tradicional e de um serviço do Programa Médico de Família de Niterói (PMFN). Subsidiariamente as observações de campo possibilitaram a contextualização daquela realidade social, complementando informações provenientes das conversas. A seleção de funcionários foi feita mediante indicação de cada informante, possibilitando o esboço de redes sociais aparentemente constituídas em ambos os serviços. Os resultados evidenciam o caráter relacional associado ao estereótipo do brasileiro. A manifestação desse traço cultural em diferentes contextos materializa conflitos decorrentes da coexistência de valores baseados no indivíduo e na pessoa. Entre eles destacam-se as distorsões observadas entre discurso e prática, bem como a mobilização de estratégias de navegação social entre elas o jeitinho com o objetivo de estabelecer uma mediação entre a lei impessoal e a pessoa. Cabe destacar ainda que a forma de organização dos serviços do PMFN aparentemente impõe a seus funcionários o desafio concreto de equacionar o princípio igualitário que fundamenta o SUS com o conjunto de valores nos quais se baseiam as relações pessoais na sociedade brasileira. |