A palavra e as coisas: produção e recepção de materiais educativos sobre hanseníase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Santos, Adriana Kelly
Orientador(a): Monteiro, Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2591
Resumo: A hanseníase é endêmica no Brasil. As campanhas de divulgação de programas de controle desse agravo priorizam a produção e distribuição de cartazes, folhetos e cartilhas. Esta tese objetiva 1) coletar os materiais educativos sobre hanseníase, produzidos no Brasil (1975- 2008), organizá-los e classificá-los quanto aos temas, formatos, público e as relações entre produtor-destinatário; 2) analisar a recepção de materiais educativos por profissionais de saúde e portadores da hanseníase, no âmbito de serviços de saúde no Rio de Janeiro. O estudo justifica-se pela carência de pesquisas que investiguem o processo de produção- circulação-consumo de materiais educativos impressos sobre hanseníase. Os procedimentos metodológicos do estudo envolveram análise documental; observação participante de atividades nos serviços de saúde; entrevistas e grupo de discussão com profissionais de saúde e pacientes de hanseníase. No processamento dos dados, foi adotada a análise temática e o referencial teórico-metodológico da semiologia dos discursos sociais. Os resultados do trabalho indicam que, nos processos comunicativos, caracterizados por campanhas de divulgação, produção de materiais educativos e atendimentos assistenciais, predomina a abordagem vertical, a divulgação de saberes e práticas médicas e sanitárias e a homogeneização dos públicos e conteúdos. Na análise da recepção dos materiais educativos, tanto os profissionais de saúde quanto os portadores de hanseníase focalizaram as implicações da gravidade da doença (ex. neurite, incapacidade física) e das dimensões sócio-culturais da hanseníase (preconceito) para a vida cotidiana. Todavia, constatou-se que tais temáticas são pouco priorizadas nas campanhas e nos recursos educativos. Foi identificada uma lacuna entre a institucionalização do discurso da hanseníase, como alternativa à terminologia da lepra, e a sua circulação e o seu consumo entre os diferentes atores sociais. Recomenda-se que o desenvolvimento e avaliação de ações e recursos educativos sejam realizados com a participação dos pacientes e dos profissionais de saúde no contexto dos serviços. Essa estratégia pode favorecer a criação de espaços dialógicos essenciais à subjetividade e à adesão ao tratamento. A tese resultou no desenvolvimento de um acervo eletrônico com 276 materiais educativos, contendo a análise descritiva e temática, que estará disponível on line para o público em geral.