Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Coutinho, Regina Claudia Gayoso de Azeredo |
Orientador(a): |
Braga, José Ueleres |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20556
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Resumo: |
A tuberculose multirresistente (TBMDR) é uma doença grave, de tratamento difícil, feito com drogas menos eficazes e mais tóxicas. Os desfechos do tratamento não são muito favoráveis. A OMS estimou que em 2014 ocorreram 480.000 casos de TBMDR no mundo, sendo que só 41 por cento foram diagnosticados e notificados, tendo ocorrido aproximadamente 190.000 mortes por TBMDR. Foi realizada uma análise de sobrevivência dos pacientes tratados de tuberculose multirresistente no Brasil no período de 2005 a 2012. Foram exportados 3877 casos do sistema de vigilância, e foram excluídas 75 observações, sendo incluídos no estudo 3802 indivíduos. A população estudada consistiu de 64,7 por cento de homens, a idade média foi de 39 (1-93) anos. Completaram sete anos de estudo 55% dos pacientes. Os casos novos somaram 81,7 por cento dos indivíduos, e os pacientes fizeram em média 2,7 tratamentos anteriores de TB. A doença pulmonar bilateral estava presente em 70,3 por cento. O tratamento com esquema padronizado foi empregado em 88 por cento dos pacientes, o TDO foi realizado em 72,6 por cento. A prevalência de HIV na população estudada foi 8,3 por cento, e as outras comorbidades encontradas foram diabetes (11 por cento), alcoolismo (18 por cento), uso de drogas (11 por cento), e tabagismo (5,6 por cento). Ocorreram 479 (12,6 por cento) óbitos. O tempo mediano de sobrevivência foi longo, 1452 dias (4 anos). Os fatores associados com maior risco de óbito na modelagem semiparamétrico foram: idade maior ou igual que 60 anos (60 por cento mais risco), presença de AIDS (46 por cento mais risco), padrão de resistência extensiva (XDR) com 74 por cento mais risco, início de tratamento após falência (72 por cento mais risco), uso de drogas (64 por cento mais), resistência a etambutol (30 por cento mais), e resistência a estreptomicina (24 por cento mais). Os fatores protetores foram a escolaridade mais de 7 anos de estudo (32 por cento menos risco de óbito), presença de doença pulmonar exclusiva (43 por cento menos risco), e uso de quinolona de última geração, sendo a moxifloxacina apresentando efeito de 56 por cento menos risco de morrer, e a levofloxacin 25 por cento menos risco. As principais características preditoras de óbito no paciente TBMDR foram o padrão de resistência XDR, tratamento após falência, idade avançada, uso de drogas e AIDS. As quinolonas de última geração apresentam efeito importante na melhoria da sobrevivência no TBMDR. |