Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Dias, André Alves |
Orientador(a): |
Pessolani, Maria Cristina Vidal |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7056
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Resumo: |
A resposta imune inata local ativada pelo patógeno, através do seu reconhecimento por receptores como os toll-like (TLR), é determinante na natureza da resposta imune adquirida gerada após a infecção. Neste contexto, tem sido demonstrado que o reconhecimento do DNA micobacteriano rico em motivos CpG não metilados pelo receptor TLR-9 representa uma via importante na ativação da produção de IL-12 por celulas dendriticas favorecendo a subseqüente geração de resposta imune Th1. As micobacterias expressam em abundância uma proteína catiônica semelhante às histonas de outras bactérias, denominada Hlp, presente tanto no envelope como no nucleóide bacteriano. A Hlp localizada no envoltório micobacteriano tem sido implicada no processo de adesão das micobacterias ao epitélio respiratório visto que interage com proteoglicanas da superfície destas células. Por outro lado, foi mostrado que o complexo Hlp-CpG ativa a sinalização celular via TLR-9, induzindo a produção de mediadores inflamatórios em macrófagos in vitro e um aumento na resistência à infecção por Mycobacterium tuberculosis in vivo. As micobacterias penetram no hospedeiro através das vias aéreas superiores, e as células epiteliais expressam receptores da imunidade inata, contribuindo para a resposta imune inata local. Este trabalho teve como objetivo investigar a capacidade da proteína Hlp de ativar, quando combinada ou não ao oligonucleotideo sintético CpG, a resposta imune inata de células epiteliais alveolares. Para atingir este objetivo, utilizamos a proteína Hlp recombinante (rHlp) de M. bovis BCG. O complexo rHlp-oligonucleotideo CpG induziu uma produção aproximadamente 2 vezes maior de interleucina 8 (IL-8) em relação às células só estimuladas com CpG e de quase quatro vezes em relação aos níveis observados com a célula só estimulada com rHlp, indicando um sinergismo entre estes dois estímulos. Este mesmo efeito da Hlp sobre a CpG foi observada em macrófagos, quando a produção do fator de necrose tumoral alfa (TNFsintéticos derivados da sequencia da Hlp compreendendo os sítios de ligação a DNA e proteoglicanas, respectivamente, quanto à capacidade de mimetizar o efeito imunoestimulador da proteína inteira. Estes ensaios confirmaram que a presença de um sitio de ligação a DNA na molécula é essencial para sua atividade imunoestimuladora sobre o CpG. Finalmente, quando passamos a utilizar a micobacteria interia em vez da rHlp como estímulo, a adição de CpG ao M. smegmatis selvagem, mas não mutante para o gene hlp, aumentou a produção de IL-8 e RANTES pelas células epiteliais Os resultados descritos acima indicam que as células epiteliais respiratórias podem reconhecer micobacterias via TLR-9 e, assim, participar da resposta imune inata no sitio da infecção. Dentro deste contexto, aliado ao fato de tratar-se de uma proteína muito conservada encontrada em todas as micobactérias, a Hlp tem potencial de, quando combinada a DNA, ser empregada tanto como um bom imunógeno, assim como adjuvante em intervenções imunes contra as micobacterioses tais como a vacinação intranasal. |