Modulação da autofagia mediada pela via de IFN tipo I em macrófagos infectados por micobactérias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bittencourt, Tamiris Lameira
Orientador(a): Moraes, Milton Ozório
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26205
Resumo: Micobactérias patogênicas como o Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) e o Mycobacterium leprae (M. leprae), tem a capacidade de subverter mecanismos microbicidas de macrófagos a partir da permeabilização fagossomal mediada pelo sistema de secreção ESX-1. Uma via de mão dupla é induzida, onde a ativação da sinalização de STING/TBK1/IRF3 leva tanto à modulação positiva de IFN tipo I, favorecendo a infecção, mas também direcionam bactérias para a autofagia mediada por ubiquitinação. A regulação da ativação da via de IFN do tipo I influencia as funções da via de autofagia, reconhecida como um sistema citoplasmático para a eliminação direta de bactérias. Uma proteína chave na autofagia é a parkina, em que o gene PARK2 teve polimorfismos associados com a suscetibilidade à hanseníase, onde se observou que nocautes para o gene não são capazes de induzir o processo e ativar a resposta microbicida. Nossos dados sugerem que a micobactéria não patogênica Mycobacterium smegmatis (Ms) é capaz de modular positivamente a indução de autofagia responsável pelo controle da replicação intracelular bacteriana, onde observa-se o aumento da viabilidade e sobrevivência de Ms no interior dos macrófagos quando a autofagia foi bloqueada Entretanto, o Ms prejudica a indução da via de IFN tipo I na célula hospedeira. Já a micobactéria patogênica M. leprae se mostrou um fraco indutor de genes do complexo autofágico, sendo capaz de modular negativamente a expressão de LC3 nos macrófagos THP-1. No modelo de indução de autofagia através da privação de soro foi observado que o tratamento com IFN\03B2 parece reverter a indução de genes associados a autofagia, bem como o gene PARK2. Entretanto, em nossos experimentos, a indução do transcrito de parkina, bem como a indução da expressão de genes relacionados ao processo autofágico devido a privação de soro, não foram suficientes para aumentar a capacidade microbicida dos macrófagos. Mesmo assim, a viabilidade intracelular do M. leprae foi aumentada na presença de IFN\03B2 recombinante. Também mostramos que o aumento da citocina IL-1\03B2 na infecção pelo M. leprae com o estímulo de IFN\03B2 não foi capaz de conter o crescimento do bacilo. Por fim, não observamos diferença na ativação de parkina por Western Blot na presença ou ausência de soro na infecção pelo M. leprae, o que pode explicar o motivo pelo qual não foi observado diferença na viabilidade do bacilo. Nossos dados sugerem um papel precoce do IFN\03B2 na modulação da autofagia no desfecho da infecção por M. leprae, definindo o balanço fino entre resistência mediada pela ativação de autofagia e susceptibilidade mediada pela ativação de IFN tipo I.