Quando a eugenia se distancia do saneamento: as idéias de Renato Kehl e Octávio Domingues no Boletim de Eugenia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Santos, Alessandra Rosa
Orientador(a): Wegner, Robert
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6133
Resumo: Este trabalho analisa as discussões publicadas no periódico intitulado Boletim de Eugenia (1929-1933) acerca dos propósitos eugênicos no Brasil. O primeiro número desta publicação circulou em Janeiro de 1929 e seu editor, Renato Kehl, definiu que seu objetivo com a publicação do referido periódico era auxiliar a campanha em prol da Eugenia para os elementos que compunham a intelectualidade brasileira e demais cidadãos preocupados com o destino nacional. Os contextos político e intelectual interferiram diretamente na constituição do movimento eugênico no Brasil implicando peculiaridades na apresentação de orientações teóricas diferentes sobre o aprimoramento humano alimentando discussões sobre os meios adequados para a promoção da regeneração dos indivíduos na promoção de uma identidade nacional que permitisse o progresso do Brasil. Entre as iniciativas realizadas para promover a regeneração da população brasileira foi a campanha sanitarista que além de contrariar teses racialistas que consideravam o Brasil um país inviável pela constituição de seus indivíduos, configurou uma tradição de práticas saneadoras para promover a melhoria das condições de saúde da população permitindo que os indivíduos perpetuassem estas melhorias através de seus descendentes. À partir da convicção que estas ações empreendidas eram concordantes com os propósitos eugênicos, uma afirmação foi propagada: “Sanear era Eugenizar”. O Boletim de Eugenia foi um veículo que permitiu a propagação de idéias sobre a ciência do aperfeiçoamento humano (eugenia) através de discussões produzidas pela coexistência de teorias diferentes sobre a forma pela qual o aprimoramento era perpetuado. Em especial, a discussão privilegiada por este trabalho refere-se a um “dilema”. A partir deste dilema, atores sociais se apresentam pouco a pouco demonstrando que suas idéias eram resultado de fatores políticos, sociais e culturais. Cada idéia defendida possuía uma base teórica e implicava definições de progresso, julgamento de indivíduos aptos e inaptos e principalmente, definiam que ações eram eficazes e seus responsáveis para administrá-las.