A política biológica como projeto: a eugenia negativa e a construção da nacionalidade na trajetória de Renato Kehl (1917-1932)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Souza, Vanderlei Sebastião de
Orientador(a): Wegner, Robert
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6134
Resumo: Esta dissertação trata das idéias eugênicas no Brasil. Seu objetivo consiste em investigar a trajetória intelectual e o pensamento do médico e eugenista Renato Ferraz Kehl, entre 1917 a 1932. Analisa a um só tempo o papel desempenhado por este autor na organização do movimento eugênico brasileiro e as idéias e concepções com as quais ele e outros eugenistas nacionais se envolveram ao longo deste período. Introduzida no Brasil durante os anos 1910, a eugenia foi rapidamente difundida como símbolo de modernidade cultural, vista como uma ferramenta fundamental para auxiliar o processo de reforma da saúde pública e de regeneração racial da população. Como principal propagandista da ciência eugênica, Renato Kehl produziu uma vasta obra diretamente relacionada aos temas da eugenia, como as discussões sobre higiene, raça, imigração, controle matrimonial, esterilização, hereditariedade e reprodução humana. Apesar de ter participado do movimento sanitarista e defendido por vários anos um programa eugênico mais “suave”, ao estilo da “eugenia preventiva”, no final dos anos 1920 suas idéias foram profundamente reconfiguradas, o que o aproximou dos pressupostos mais radicais oriundos da “eugenia negativa” alemã, norte-americana e inglesa. Neste sentido, o interesse central desta pesquisa consiste em analisar as questões sociais, políticas e científicas relacionadas ao processo de ruptura no pensamento de Renato Kehl e, mesmo, em compreender o modo pelo qual suas mudanças de concepções foram recebidas por outros intelectuais e cientistas, tornando-o um personagem controvertido da história intelectual brasileira.