Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Fortuna, Danielle Barros Silva |
Orientador(a): |
Oliveira, Valdir de Castro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7089
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Resumo: |
O presente estudo relaciona-se com o contexto da Reforma psiquiátrica brasileira cujas estratégias são fundamentadas em atividades artísticas, culturais e comunitárias. Dentre essas atividades destacamos as oficinas psicossociais midiáticas que são utilizadas nas próprias unidades de saúde em que os usuários desenvolvem programas utilizando vários tipos de mídias: oficinas de rádio e/ou webradio, oficina de fotografia, construção de jornal e/ou sites, oficina de TV e/ou produção de vídeos. Partimos da hipótese de que estas experiências contribuem nos processos terapêuticos dos seus participantes na perspectiva da inclusão e ressocialização. Nesse sentido, como objetivo geral da pesquisa buscou-se compreender como o rádio (em ondas eletromagnéticas/hertzianas, oficinas em estúdio de circuito interno e em webradios) tem sido utilizado como atividade psicossocial na perspectiva da inclusão social a partir do mapeamento dessas experiências realizadas no contexto brasileiro e do estudo de caso da Rádio Revolução FM. Como parte da revisão bibliográfica mapeamos as experiências de oficinas radiofônicas realizadas com usuários de saúde mental e, para o estudo de caso, fizemos observação de campo e realização de entrevistas/depoimentos com pessoas que participaram de oficinas de rádio da Revolução FM. De acordo com os resultados do mapeamento das oficinas de rádio, foram encontradas 16 experiências no país. Quanto ao estudo de caso, das entrevistas, emergiram cinco categorias de análise: I) A rádio como reinserção/manutenção da pessoa no ramo profissional radiofônico; II) A afinidade pelo rádio e/ou associação de atividades prediletas ao “fazer” rádio; III) A rádio como terapia e/ou reabilitação para a saúde; IV) A rádio como estratégia de luta por ideais e utopias; e V) A rádio como espaço de processos educativos, mediação e vínculo. A análise das narrativas demonstrou que, para além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades, a Revolução FM ajudou pessoas a se adaptarem a uma nova forma de sentir e estar no mundo, com foco em suas potencialidades e não nas restrições (físicas, mentais ou motoras). O papel do rádio está atrelado ao uso social que se faz dele: reabilitação, terapia, lazer, processos educativos, etc. Concluímos que os processos educativos e comunicacionais ensejados entre os participantes das oficinas são fatores que contribuem para que o sujeito protagonize um novo papel social e assim, a produção radiofônica termina por proporcionar efeitos terapêuticos, ainda que esta não seja a finalidade principal das oficinas. Contudo, é preciso atentar para que propostas de educação não-formal, como essas oficinas radiofônicas, que em seus discursos se afirmam como atividades horizontalizadas, não sejam reproduções das práticas verticalizadas e homogeneizantes fundamentadas na comunicação unidirecional, ou como afirma Paulo Freire, calcadas na educação bancária. |