Análise da interação de fibrócitos do sangue periférico humano com Leishmania (L.) amazonensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pinto, Paolla Roberta de Paula Pereira
Orientador(a): Faria, Suzana Corte Real
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37297
Resumo: As leishmanioses são doenças infeciosas causadas por protozoários intracelulares obrigatórios do gênero Leishmania. Mais de 200 países são endêmicos para esta doença, estimandose que 350 milhões de pessoas estão em risco. A transmissão ocorre quando o inseto vetor regurgita parasitos na derme do hospedeiro mamífero. Células residentes e inflamatórias são atraídas para o local da infecção podendo ocorrer a endocitose e iniciar uma resposta imune frente ao parasito. Os fibrócitos são conhecidos como células hematopoiéticas que expressam proteína pan-leucocitária CD45 e produzem proteínas de matriz extracelular, por exemplo, o colágeno I. Estudos têm definido a participação dos fibrócitos em processos patológicos, sugerindo um papel central no reparo da lesão em doenças infecciosas. Análises da infecção in vitro com promastigotas de L. amazonensis, mostraram que os fibrócitos oriundos de camundongos BALB/c fagocitaram e debelaram a infecção após 72h de interação. No entanto, não existem estudos sobre o papel de fibrócitos humanos nas leishmanioses. Neste contexto, iniciamos as análises da interação in vitro de fibrócitos humanos utilizando promastigotas de L. amazonensis e para isso foi estabelecida a cultura primária e, a partir do 15° dia as culturas de fibrócitos foram infectadas e analisadas por diferentes técnicas. Para a caracterização fenotípica destas células, utilizamos a dupla marcação anti-CD45/HSP47 que se revelou uma excelente estratégia para a identificação dos fibrócitos humanos A avaliação da interação mostrou que os fibrócitos reconhecem o parasito, através de análises ultraestruturais observamos que os fibrócitos emitem projeções citoplasmáticas que enrolaram os parasitos favorecendo a fagocitose. Após 15 dias de interação verificamos que este grupo celular é suscetível a infecção por L. amazonensis, pois observamos a diferenciação das promastigotas em amastigotas, bem como, a sua multiplicação no interior de vacúolos parasitóforos. As amastigotas foram capazes de romper as células e re-infectar outros fibrócitos. A partir das análises da produção dos mediadores químicos inflamatórios verificamos que os fibrócitos respondem a infecção com a produção de citocinas pró e anti-inflamatórias durante os tempos estabelecidos neste estudo, tornando favoráveis as condições para o estabelecimento da infecção. Estes resultados nos permitem sugerir que os fibrócitos humanos podem servir como células hospedeiras na resposta inicial e no desenvolvimento da leishmaniose cutânea, pois parasitos do gênero Leishmania modulam a resposta dos fibrócitos humanos, se multiplica, rompe a célula, e é liberada para infectar outros tipos celulares ou o próprio fibrócito.