Ocorrência de Lutzomyia intermedia e Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae) numa área endêmica para Leishmaniose Tegumentar no estado da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Souza, Ana Paula Almeida de
Orientador(a): Barral, Aldina Maria Prado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/30495
Resumo: As leishmanioses tegumentar (LT) e visceral (LV) são em sua maioria zoonoses de animais silvestres, com ciclo natural de propagação que independe do homem e seus animais domésticos, acometendo-os de maneira secundária. A transmissão da LT e LV ocorre em áreas de distintas fitofisinomias, sendo que a primeira tem circuito de produção em ambientes florestais, enquanto a LV tem como circuito de produção em áreas semi-aridas de vegetação arbustiva. Nós Realizamos o levantamento e avaliação da fauna flebotomínica, além da caracterização fitofisionômica e florísticas da localidade de São Gonçalo, área acometida por um surto epidêmico de LT no ano de 2000. Durante o período de junho de 2005 a maio de 2007 foram realizadas capturas mensais em 5 residências onde foram utilizadas armadilhas luminosas do tipo HP. Após a captura, os insetos foram conservados em álcool 70° até o processo de montagem e identificação de acordo com os critérios definidos por Young & Duncan (1994). Foram capturados 3354 espécimes, distribuídas em 15 espécies sendo elas: L. longipalpis (27,8%) L. intermedia (24,9%), L. capixaba (22,7%), L. evandroi (11,3%), L. lenti (9,5%), L. whitmani (1,3%), L. migonei (0,7%), L. termitophila (0,6%), L. pessoai e L. peresi (0,2%), L. naftalekatzi, L. goiana e L. brasiliensis (0,1%), L. sordelli (0,08%) e L. oswaldoi (0,03%). A espécie L. naftalekatizi e L. peresi tiveram a sua primeira descrição para o estado da Bahia. Foi observado um maior número de flebotomínios no peridomicilio (43,97%) seguido do intradomicílio (41,07%) e extradomicílio (14,96%). As residências 55 (próxima à área de contato entre a caatinga e o cerrado) e 28 (com vegetação típica de caatinga), que possuíam áreas menos antropizadas, foram as que apresentaram um maior número de espécimes coletado. A presença do L. intermedia em área típica de ocorrência do L. longipalpis, comprova a dinâmica capacidade de deslocamento e adaptação deste vetor. Um melhor entendimento da fauna flebotomínica numa área endêmica pode contribuir para a determinação de fatores de risco e controles epidemiológicos das Leishmanioses.