Consequências do cuidado à pessoa com transtorno mental na vida das mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lins, Aryadne Castelo Branco Correia
Orientador(a): Santos Neto, Pedro Miguel dos, Santos, Naide Teodósio Valois
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58720
Resumo: O presente trabalho analisa as consequências do cuidado de pessoas com transtorno mental na vida das mulheres que cuidam. O estudo foi desenvolvido a partir da realização de técnicas qualitativas, sendo estas a pesquisa bibliográfica em livros, teses, dissertações, artigos, entre outros, e a empírica, por meio da realização de entrevistas semiestruturadas e de registros em diário de campo. Para alcançarmos o nosso objetivo, buscamos entender o cuidado como atividade fundamental para o desenvolvimento da vida humana e o compreendendo enquanto atividade majoritariamente feminina, não remunerada, sem reconhecimento social e inscrita na divisão sexual do trabalho. Abordamos que diante da desresponsabilização do Estado – em sua configuração neoliberal —, as mulheres assumem o trabalho de cuidados, no caso de nossa pesquisa, o trabalho de cuidado de pessoas com transtornos mentais acompanhadas por um Centro de Atenção Psicossocial do Recife. Embora sejam significativos os avanços da Política de Saúde Mental no Brasil, principalmente a partir das lutas construídas pelo movimento de Reforma Psiquiátrica e pela mobilização do Movimento dos (as) Trabalhadores (as), usuárias (os) e familiares de Saúde Mental – cuja expressão fundamental é a luta pela substituição do modelo asilar hospitalocêntrico, algumas contradições são forjadas. Neste sentido, o Estado assume parcialmente essas demandas e acaba por transferir historicamente as responsabilidades para os setores filantrópicos, para o mercado e, sobretudo, para as famílias. No âmbito da família, recai sobre as mulheres o trabalho de cuidado. Na realidade estudada, evidenciamos que as mulheres em sua maioria são idosas, negras, em um contexto de vulnerabilidade socioeconômica, têm suas vidas profundamente impactadas no exercício do trabalho de cuidados por meio da exaustão física, adoecimento mental, ausência de vida social, dificuldade no exercício do trabalho remunerado, entre outros.