Idosos nos desastres: uma análise das condições de vida, dos problemas de saúde e das respostas sociais dadas pelo poder público

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Viana, Aline Silveira
Orientador(a): Freitas, Carlos Machado de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48843
Resumo: No período de 2003 a 2015, em média 25,7% dos municípios brasileiros decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública ao menos uma vez no ano. Dentre os considerados vulneráveis nesses cenários, na literatura internacional, os idosos estão entre as principais vítimas fatais. Contudo, no Brasil, ainda há poucas informações sobre a afetação desse segmento. O presente estudo objetiva analisar a situação de saúde e as condições de vida de idosos residentes em municípios brasileiros afetados por desastres de grande porte entre 2008 e 2011. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de natureza quantiqualitativa, com o emprego de métodos mistos de pesquisa. Integram os procedimentos de análise dos dados a análise documental, a matriz tridimensional de análise de situação de saúde (ASIS) adaptada a partir de Castellanos, a análise estatística descritiva e de séries temporais e a análise de conteúdo. Foram tomados como locais de estudo quatro municípios afetados por desastres de grande porte entre 2008 e 2011 nos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro. Dentre os resultados, os óbitos por causas externas destacaram-se de modo significativo em todos os municípios, no ponto de intervenção da série. As neoplasias (em Nova Friburgo/RJ para ambos os sexos após a intervenção) e doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (em Blumenau/SC para o grupo de mulheres, durante a intervenção) também tiveram aumento significativo. Para internações, além das causas infecciosas e externas, destacaram-se no ponto de intervenção na série, em Teresópolis/RJ, as internações por doenças dos olhos e anexos. Em Nova Friburgo/RJ, as por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e as por lesões, envenenamentos e algumas outras causas externas. Em Ilhota/SC, as por sintomas, sinais e achados anormais de exames. Conclui-se após análise das respostas sociais que os desfechos de saúde no grupo idoso não decorrem de elementos isolados. Compreende-se que estes provêm da integração das condições de vida (biológicas, ecológicas, econômicas e de reprodução de consciência e conduta); dos problemas de saúde presentes na sociedade, nos grupos sociais e no indivíduo; e das respostas sociais dadas pelo poder público e diferentes setores da sociedade. As respostas sociais só serão eficazes quando corroborarem para que o ciclo de vulnerabilidades e as relações desiguais e injustas presente no tecido social sejam rompidos.