Análise da resposta imune regional de órgãos linfoides durante a fase aguda da infecção por Trypanosoma cruzi em camundongos inoculados por via oral, subcutânea e intravenosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Barbara Angelica dos Santos Mascarenhas de
Orientador(a): Meis, Juliana de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23797
Resumo: A doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi (T. cruzi) acomete 6-8 milhões de pessoas no mundo. As vias de transmissão mais comuns do T. cruzi são: oral, vetorial clássica, intravenosa e por via congênita. Considerando a importância da resposta imune para o controle do parasita e desenvolvimento da doença e, sabendo-se que a infecção promove alteração nos tecidos linfoides no hospedeiro, a compreensão dos mecanismos imunorregulatórios na infecção torna-se de grande importância. Nesse trabalho comparamos o comportamento de órgãos linfoides, a dinâmica das populações linfocitárias e produção de citocinas de animais infectados por T. cruzi pelas vias oral (IO), subcutânea (SC) ou intravenosa (IV). Camundongos BALB/c foram infectados pelas diferentes vias com formas infectantes do T. cruzi (cepa Tulahuén) e avaliados em diferentes momentos da fase aguda. Avaliamos a celularidade do timo e dos órgãos linfoides periféricos (linfonodos subcutâneos (LSC) e mesentéricos (LM), das placas de Peyer (PP) e do baço) de animais dos diferentes grupos por citometria de fluxo, além do fenótipo e perfil de ativação de linfócitos nesses órgãos. Também foram feitas análises de citocinas como TNF e IFN-\F067 (Th1) e IL-10 (Th2), por utilização do kit CBA (BD) no soro de animais infectados. Nossos resultados demonstram uma intensa parasitemia em animais inoculados pela via SC. O timo mostrou-se atrofiado em todos os grupos, em relação ao controle (Co), destacando-se a via IV com 21 dpi. Além disso, observamos aumento na celularidade do baço e LSC dos três grupos infectados, principalmente na IO Quanto à ativação dos linfócitos nos órgãos linfoides periféricos, os linfócitos T CD4+ naive (CD44-CD62L+) estão mais presente nos LSC na infecção SC com 7dpi e nas PP na via IO com 14dpi em relação ao IV e SC. Os Linfócitos T CD8+ naive diminuem nos LM com 14dpi nas vias IO,SC e IV mas, estão aumentados com 7 dpi no baço dos grupos infectados e nos LSC da infecção SC. Os linfócitos B naive são mais evidentes nos LSC de animais infectados pela via SC em relação aos demais grupos com 7 dpi porém, diminui nos LM com 14dpi nas vias IO,SC e IV. Os linfócitos T CD4+ ou CD8+ e B de memória central (CD44+CD62L+) estão reduzidos nos grupos infectados com 7dpi em todos os órgãos. Linfócitos T CD4+ efetores (CD44+CD62L-) no baço e LM estão em menor número em todos os grupos com 7 dpi, porém, nas PP nota-se redução principalmente na IO. Destaca-se que a infecção SC apresenta maior número de T CD4+ e linfócitos B efetores que os grupos IO e IV no mesmo momento. No baço, LSC, LM e PP, a infecção IV apresenta mais linfócitos T e B efetores do que a IO e o Co (baço, LSC, LM). Não foi observada diferenças quanto a presença de IL-10 entre os grupos, porém, o TNF aumenta na IO e na IV com relação ao Co. O IFN\F02D\F067\F020está presente na IV com 3 dpi, na via SC e IV com 7 dpi e IO e IV com 21 dpi. Estes resultados evidenciam que a via de inoculação leva a um padrão de resposta imune diferente, o que pode afetar o controle da infecção