Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bechara Maxta, Bruno Souza |
Orientador(a): |
Vasconcellos, Luiz Carlos Fadel de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56673
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Resumo: |
No Vale do Aço-MG, são recorrentes os adoecimentos, acidentes e mortes entre operários das usinas siderúrgicas e fábricas de transformação do aço. Estas situações têm impulsionado o Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região a defender a questão da saúde operária e a intervir sobre a produção siderúrgica por meio de ações sindicais e de mobilização social. Daí que as lutas operárias pela saúde foi o objeto real concreto assumido na investigação com operários sindicalizados no movimento da produção siderúrgica na região. Nosso objetivo foi apreender o aspecto da resistência e do enfrentamento operário no processo de desgaste e reprodução da sua força de trabalho na produção siderúrgica do Vale do Aço. Para tanto, o estudo buscou i) identificar as manifestações do desgaste operário na produção siderúrgica, ii) representar os processos de produção siderúrgica e de transformação do aço da região, iii) entender os elementos constituintes das formas dos enfrentamentos operários em defesa da saúde no processo de produção siderúrgica, e iv) contribuir à teorização sobre a categoria desgaste reprodução operária. A pesquisa participante foi assumida como instrumento técnico e epistêmico de uma forma particular de produção compartilhada do conhecimento na luta pela saúde. O intitulado grupo de trabalho em saúde foi o instrumento central de investigação e da orientação sindical em saúde. Foram participantes os operários do setor siderúrgico, diretores sindicais e profissionais de saúde da região, e os pesquisadores da Rede de Pesquisa em Saúde do Trabalhador. A análise bibliográfica e documental, a observação participante e as entrevistas semiestruturadas com operários foram instrumentos complementares da pesquisa. Os achados foram analisados por meio da relação dos fatos, fenômenos e processos sob as categorias críticas marxistas da Medicina Social Latino-Americana. Nossos resultados e teorizações apontam que os desenvolvimentos das forças produtivas industriais capitalistas na região possibilitaram as condições materiais para a conformação da fração burguesa siderúrgica e da classe operária. Os núcleos fabris, posteriormente atualizados em vilas e bairros operários pelas usinas instaladas na região, organizaram o modo de vida material operária para a produção industrial. Atualmente, a produção siderúrgica mantém sua influência direta e indireta sobre condições necessárias à reprodução da força de trabalho para a exploração nas plantas produtivas Os levantes e lutas operárias, cada qual em seu tempo histórico, resistiram às péssimas condições de trabalho e de saúde operária, além de enfrentarem, nas brechas e recuos dos movimentos patronais, a intensificação da exploração da sua força de trabalho e das implicações da produção siderúrgica sobre o ambiente de vida e saúde da classe trabalhadora no Vale do Aço. As lutas operárias constituem a determinação do desgaste e da reprodução da força de trabalho na medida em que são movimentos operários que negam a exploração da força de trabalho e, ao enfrentarem os elementos da produção siderúrgica, mitigam as implicações negativas da produção sobre o coletivo operário e condições de vida da classe trabalhadora. A solidariedade de classe entre operários, profissionais de saúde e pesquisadores permitiu introduzirmos uma investigação sobre a saúde operária no Vale do Aço. |